tag:blogger.com,1999:blog-21140301911626738322024-03-14T00:56:22.365-07:00Modelos Vivos"Desenhar é conhecer a humanidade, expor-se nu como artista é engrandecê-la!"Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.comBlogger13125tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-91622565100694850952018-11-30T06:27:00.000-08:002018-11-30T06:27:18.792-08:00Os POR QUÊS da Nudez<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="border: none;"><span style="color: #999999; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small;">(Fotos de <a href="https://www.instagram.com/lucascarduz/" target="_blank">Lucas Carduz</a>)</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="border: none; text-indent: 35.45pt;">Algo que as vítimas do tabu da nudez talvez desconheçam, são os por quês da nudez ao fazer artístico. Durante quase 13 anos </span><span style="text-indent: 47.2667px;">trabalhando </span><span style="text-indent: 35.45pt;">pude perceber diversas razões para que esta profissão aconteça com o ser humano nu.
Relaciono aqui algumas delas:</span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 6.0pt; text-align: justify; text-indent: 35.45pt; text-justify: inter-ideograph;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpFirst" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-list: Ignore;">1. </span><b>Razões técnicas:</b> expor o corpo sem roupas possibilita
ao modelo a manutenção das pausas de forma mais leve, sem a pressão das
costuras, zíperes, botões, dobras e caimentos que costumam marcar e machucar a
pele quando em muito tempo numa mesma posição. Ao artista observador, olhar
para o modelo nu permite que este compreenda o tamanho e as proporções
anatômicas reais, sem ser orientado pelo corte da roupa que o modelo vestiria,
ou então, enganado pelos caimentos e desenhos do traje. Também permite que o
artista acompanhe as linhas do corpo (internas e externas) e a volumetria real
sem a interrupção das linhas e volume da veste. A luz e sombreamento sobre a
pele nua promovem um entendimento pleno sobre suas ações e possíveis
representações bidimensionais ou tridimensionais, ao passo que se o modelo vivo
estivesse vestido, o volume por luz e sombreamento se daria de forma filtrada e
diferente. É preciso entender a ação da luz refletindo diretamente na pele,
para que depois se entenda sua projeção sobre os tecidos.</span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 12pt;">2.</span><span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-size: 12pt;"><b>Razões filosóficas:</b> o nu deverá representar a total
disponibilidade do modelo vivo que se propõe à observação</span><a href="file:///C:/Users/Juliano/Documents/CASA%20CORPO/Livros%20Publica%C3%A7%C3%B5es/Livro%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE/LIVRO%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE%2028082018.docx#_ftn1" name="_ftnref1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span style="font-size: 9pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span style="border: none; font-size: 9pt;">[1]</span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 12pt;">. A nudez promove um
enfrentamento deste modelo com seus medos e traumas, também promove o mesmo
enfrentamento naqueles que observam o modelo vivo nu. Pode promover o respeito
às diferenças relacionadas à anatomia, </span><span style="font-size: 16px;">singularidade</span><span style="font-size: 16px;"> </span><span style="font-size: 16px;">e</span><span style="font-size: 16px;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;">comportamentos humanos.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt;"><o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI4mt8_6yA42o1yTJjMH2NYsLhoHZjFw0BfDWoKsft5WJAyIe9rWVDhY4V4tZW_kWSTh75HWYqb2_QWFTWNsOLTBbjL3PpWMTXwYzVLKBTxCOBOpcSyWsoG-XDX2o2ZHw7fgmJsV3ZdIg/s1600/image00009.jpeg" imageanchor="1"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1595" data-original-width="1600" height="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjI4mt8_6yA42o1yTJjMH2NYsLhoHZjFw0BfDWoKsft5WJAyIe9rWVDhY4V4tZW_kWSTh75HWYqb2_QWFTWNsOLTBbjL3PpWMTXwYzVLKBTxCOBOpcSyWsoG-XDX2o2ZHw7fgmJsV3ZdIg/s320/image00009.jpeg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt;"><o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 12pt;">3.</span><span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-size: 12pt;"><b>Razões históricas:</b> na Grécia antiga (séc V) o nu se
evidenciou como uma forma de arte, não como assunto de arte. O corpo humano
passou a ser estudado e observado nu pelos artistas que objetivavam esculpi-lo,
representando seus ideais de beleza e aperfeiçoamento, denotando a
característica grega de unidade entre corpo e espírito e da crença nos deuses,
como era em sua essência a forma humana da época.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 4.0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">O corpo humano, considerado na arte como um núcleo autônomo, é rico em
associações; e quando considerado esteticamente, elas não se perdem do todo.
[...] O nu pode ser o ponto de partida para a expressão de uma experiência
muito mais vasta e civilizada: é a nossa própria imagem, e permite-nos evocar
tudo aquilo que temos em mente fazer de nós próprios. Acima de tudo, o
tratamento estético do corpo humano pode assumir uma das formas mais
expressivas do nosso desejo de perpetuação. (CLARK, 1956).<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: 140%; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na arte renascentista, com Rafael, Michelangelo,
Alberti e Pisanello, o trabalho de estudo da figura humana continuou sendo
feito a partir de modelos vivos nus, ainda que as obras finais fossem entregues
com as figuras vestidas, as vestimentas eram normalmente postas depois do
estudo feito a partir dos modelos vivos nus. As fases que se seguiram
continuavam desta mesma maneira, se estendendo até os dias de hoje. Algo que
era praticado desde o séc.V, devido ao aproveitamento educacional da observação
de corpos nus, provavelmente não necessitaria mudar por questões morais ou religiosas,
considerando que o entendimento da figura humana e a sua representação se
prejudicariam se feitos a partir de pessoas vestidas.<o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCtQk6WhL5y7ZVJC3UQH_gPlM1M7tmfjAjVOOXow1Ly-r1Kcas3Yo8oTAr_FLx6Om1YC6yvltu5yMdCtOGczNOkuRhVrszdppUucfBTM2n9DlaTCU-oC77Gau-LrLxHZ7VwI2iyY_99bc/s1600/image00004.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1237" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCtQk6WhL5y7ZVJC3UQH_gPlM1M7tmfjAjVOOXow1Ly-r1Kcas3Yo8oTAr_FLx6Om1YC6yvltu5yMdCtOGczNOkuRhVrszdppUucfBTM2n9DlaTCU-oC77Gau-LrLxHZ7VwI2iyY_99bc/s320/image00004.jpeg" width="247" /></span></a></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; text-indent: 35.45pt;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;">4.</span><span style="font-size: xx-small; text-indent: 0cm;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><b>Razões morais:</b> é importante entender a diferença
entre o nu e o pelado, sendo o primeiro uma atitude, um estado e o segundo, um ocorrência.
O estado é relacionado na arte pela disponibilidade do modelo em se permitir
ser observado para o estudo artístico, a ocorrência é relacionada pela
sociedade (o mais comum) como algo incorreto se oferecido sem propósito ou
conteúdo. O nu contém uma intenção reflexiva da nudez a respeito dos hábitos
impostos por padrões sociais.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFN7w7TXpjYQajNmECn0VEurNG3kyUz5JB5YIxIQtQRiU8mxNTAvygvO6NZmGXIIh9X2BVHISD5VaDJaCRJm6yt8PmfIOVJTPui6sPlGcHXsyklw69BR520qJgOJanAZISCA9R49X8_qs/s1600/image00012.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1561" data-original-width="1600" height="312" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFN7w7TXpjYQajNmECn0VEurNG3kyUz5JB5YIxIQtQRiU8mxNTAvygvO6NZmGXIIh9X2BVHISD5VaDJaCRJm6yt8PmfIOVJTPui6sPlGcHXsyklw69BR520qJgOJanAZISCA9R49X8_qs/s320/image00012.jpeg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;">5.</span><span style="font-size: xx-small; text-indent: 0cm;"> </span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><b>Razões políticas:</b> o corpo é considerado por muitos
um potencial icônico de lutas políticas, seja em intenções pela paz, direitos
humanos, racismos, generofobias ou em quaisquer interesses sociais de
divergências. Há grupos de pessoas espalhadas pelo mundo que usam a nudez em
protestos político-sociais, como o FEMEM (ativistas feministas). Por
representar o que o ser humano é em sua essência, como vem ao mundo e o quanto
é modificado por ele, a nudez tem um potente referencial balizador. É capaz de
mobilizar centenas de pessoas para o acúmulo de atenção sobre quaisquer mensagens
que se pretenda passar. Na arte, a nudez representa, dentre diversas outras
coisas, também o lado oposicionista político. As relações entre a política e a
nudez artística se estabelecem desde as representações de deuses gregos
(séc.V), quando seguiam proporções idealizadas e com referencial de perfeição.</span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwA03y5BH72bzMdVy22PeSybx6QYoCwTrbVU7kGhX1q5xY1aQDjtVvl4oKh-nqWanyWPj-9TQI_olfPY81M8ioubsfLe9AnTsdMs90zvlBKNXI5lm8Wl6r8RJj1YW3894II8oaISdcPZM/s1600/image00014.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="425" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwA03y5BH72bzMdVy22PeSybx6QYoCwTrbVU7kGhX1q5xY1aQDjtVvl4oKh-nqWanyWPj-9TQI_olfPY81M8ioubsfLe9AnTsdMs90zvlBKNXI5lm8Wl6r8RJj1YW3894II8oaISdcPZM/s640/image00014.jpeg" width="640" /></span></a></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt;"><o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-size: 12pt;"><o:p><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></o:p></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="mso-list: Ignore;"><span style="font-size: 12pt;">6.</span><span style="font-size: xx-small;"> </span></span><span style="font-size: 12pt;"><b>Razões religiosas:</b> por mais que a religião,
principalmente cristã, tentasse esconder as partes sexuais da figura humana na
Idade Média, foi através delas que conseguiram abarcar o repertório imagético
de milhares de fiéis em todo o mundo. Coberta por tecidos ou apenas
sugestionada, a nudez principalmente feminina nas obras artísticas religiosas é
um grande foco de atenção. Segundo o filósofo contemporâneo Giorgio Agambem
(2009, pg.73)</span><a href="file:///C:/Users/Juliano/Documents/CASA%20CORPO/Livros%20Publica%C3%A7%C3%B5es/Livro%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE/LIVRO%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE%2028082018.docx#_ftn2" name="_ftnref2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span style="font-size: 9pt;"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span style="border: none; font-size: 9pt;">[2]</span><!--[endif]--></span></span></a><span style="font-size: 12pt;"> a nudez, na nossa
cultura, é inseparável de uma marca teológica. De acordo com a narrativa do
Génesis, Adão e Eva só se dão conta estarem nus após o pecado que cometem.
Embora não estivessem vestidos com traje algum, segundo os teólogos, antes do
pecado eles se vestiam de um traje glorioso, um traje de graça e de luz, que é
perdido após o pecado. Sendo assim, por motivos que confrontem aos religiosos
ou por reafirmações essencialmente humanas da nudez, as razões que levam o
trabalho da observação da figura humana acontecer com os modelos vivos nus
estão intimamente ligadas às relações religiosas da sociedade. <o:p></o:p></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgddqNihOVdma368SXHdqDdrK1BSzHhyItViAjsxtKiPc-w5EQ3wp2tITlbylTcK7BHKJixt10FKApRrVIXc_nV0yEcB8uiUc4tPSQYzm8z1Fj8Wnx-8LjudB7ATtEjeE8wFsK4asyQ_Eo/s1600/image00033.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1287" data-original-width="1600" height="514" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgddqNihOVdma368SXHdqDdrK1BSzHhyItViAjsxtKiPc-w5EQ3wp2tITlbylTcK7BHKJixt10FKApRrVIXc_nV0yEcB8uiUc4tPSQYzm8z1Fj8Wnx-8LjudB7ATtEjeE8wFsK4asyQ_Eo/s640/image00033.jpeg" width="640" /></span></a></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: 0cm;">
<span style="font-size: 12pt;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></span></div>
<div class="MsoListParagraphCxSpMiddle" style="line-height: normal; margin-bottom: 6.0pt; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span style="font-size: 12pt;"><o:p> </o:p></span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;">7. </span><span style="font-size: 12pt; text-indent: 0cm;"><b>Razões antropológicas:</b> no que se refere ao estudo
mais aprofundado do ser humano, através da comparação incontestável que a
exposição da nudez promove, podemos ver no outro o que há e o que não há em
nós. A complexa nudez que se observa do modelo vivo pode ser a nudez que falta
àqueles que o observam. O despojamento que ela representa é o despojamento que
a arte pretende (ou possa pretender) refletir no espectador.</span></span></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFimBUrusAGQk2GDek2_yykFs5RKJ78u_3S_vlzRu6-yx7kjh4sG2ZieEV2wooyjeTWZD6INn5AnqeWQB1GReOj51MyS67let7Tf0OrurLcz_IxcgUTfT3EXH_2Kako-ZZFhUI8519uas/s1600/image00026.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1555" data-original-width="1362" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFimBUrusAGQk2GDek2_yykFs5RKJ78u_3S_vlzRu6-yx7kjh4sG2ZieEV2wooyjeTWZD6INn5AnqeWQB1GReOj51MyS67let7Tf0OrurLcz_IxcgUTfT3EXH_2Kako-ZZFhUI8519uas/s320/image00026.jpeg" width="280" /></span></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUDIwbLT3LmCtHua4crazKDYYemJ91MuaI1gZL0zCh9ihD43aTxM9fOpo71fhOMZQT9HkQzH9GTaYoZLftaKDOumySgxDy8GmPnxveOuystP2U_wNuYV7aVjMKz4a9cdVrFi1ohD4Vyk/s1600/image00011.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1140" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPUDIwbLT3LmCtHua4crazKDYYemJ91MuaI1gZL0zCh9ihD43aTxM9fOpo71fhOMZQT9HkQzH9GTaYoZLftaKDOumySgxDy8GmPnxveOuystP2U_wNuYV7aVjMKz4a9cdVrFi1ohD4Vyk/s320/image00011.jpeg" width="227" /></span></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOmfRqrZZZuYJAX9rG4dARk26G69r44HTN-wIGCHB4eAoXfIXo4YlAqa6kkhNTLKQERD9dZ_nxO5I9iAEbJETSNlHiY3Tgqk8T3Zxr_wNDUQQe05aQ_WthrErJxUU7RMdo8cb2KUcUUaA/s1600/image00019.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="992" data-original-width="1600" height="198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOmfRqrZZZuYJAX9rG4dARk26G69r44HTN-wIGCHB4eAoXfIXo4YlAqa6kkhNTLKQERD9dZ_nxO5I9iAEbJETSNlHiY3Tgqk8T3Zxr_wNDUQQe05aQ_WthrErJxUU7RMdo8cb2KUcUUaA/s320/image00019.jpeg" width="320" /></span></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjG-xn4xpSR-jR_VkBUJ0yxUkCGiBTNlNI0MJs4_CqVlBN5KuKhydzXVEv8v1Sh8fY8ZmKBTW4xSic7RKAnboPoHOpE8W388F1TBQfSZ6Z6yMpiPK0MWpXZvuGEboSWSAf0EwxdmfUcaU/s1600/image00027.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1593" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjG-xn4xpSR-jR_VkBUJ0yxUkCGiBTNlNI0MJs4_CqVlBN5KuKhydzXVEv8v1Sh8fY8ZmKBTW4xSic7RKAnboPoHOpE8W388F1TBQfSZ6Z6yMpiPK0MWpXZvuGEboSWSAf0EwxdmfUcaU/s320/image00027.jpeg" width="318" /></span></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX6VDvnIVTOeonMVaG5N98qFk4Wxh3YMEje9D64J5dHc7o7zD7egviJCdipx0aPKoNV6C6YgTzYfP1K5j8FSfVxkVzwW3ZW52Xk0a4B7RB2iXxPHziQegH7BSWgQX4FnaRONo_vXBbnCI/s1600/image00034.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiX6VDvnIVTOeonMVaG5N98qFk4Wxh3YMEje9D64J5dHc7o7zD7egviJCdipx0aPKoNV6C6YgTzYfP1K5j8FSfVxkVzwW3ZW52Xk0a4B7RB2iXxPHziQegH7BSWgQX4FnaRONo_vXBbnCI/s320/image00034.jpeg" width="213" /></span></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8G82vXODxO2_VhpVhFkluGqPzhlWHsvvLLTVejlIC4iy2td11SSYboLtG6PwlFYHt4q6jff2eHcZD3vsPPZKAmzURFxyk_ST0t36aooh2x76fGgfKVzWMbog0wwYsjpkYRI_PN-aIdk/s1600/image00038.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="887" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEir8G82vXODxO2_VhpVhFkluGqPzhlWHsvvLLTVejlIC4iy2td11SSYboLtG6PwlFYHt4q6jff2eHcZD3vsPPZKAmzURFxyk_ST0t36aooh2x76fGgfKVzWMbog0wwYsjpkYRI_PN-aIdk/s320/image00038.jpeg" width="176" /></span></a></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="mso-element: footnote-list;">
<!--[if !supportFootnotes]--><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br clear="all" />
</span><br />
<br />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<br />
<!--[endif]-->
<br />
<div id="ftn1" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;"><a href="file:///C:/Users/Juliano/Documents/CASA%20CORPO/Livros%20Publica%C3%A7%C3%B5es/Livro%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE/LIVRO%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE%2028082018.docx#_ftnref1" name="_ftn1" style="mso-footnote-id: ftn1;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US">[1]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="EN-US"> Mesmo que
haja modelos fechados em um ideal de representação de fenótipos.</span><o:p></o:p></span></div>
</div>
<div id="ftn2" style="mso-element: footnote;">
<div class="MsoFootnoteText">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><a href="file:///C:/Users/Juliano/Documents/CASA%20CORPO/Livros%20Publica%C3%A7%C3%B5es/Livro%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE/LIVRO%20NUDEZ%20CRIATIVA%20CONSCIENTE%2028082018.docx#_ftnref2" name="_ftn2" style="mso-footnote-id: ftn2;" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US"><span style="mso-special-character: footnote;"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span lang="EN-US">[2]</span></span><!--[endif]--></span></span></span></a><span lang="EN-US"> </span><span style="border: none;">AGAMBEN, Giorgio. Nudez. Lisboa: Relógio D’Água
Editores, 2010.</span></span><span style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><o:p></o:p></span></span></div>
</div>
</div>
<br />Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-59212257802797098072018-01-15T18:52:00.000-08:002018-01-17T09:16:08.374-08:00ARTE ERÓTICA OU PORNOGRÁFICA?<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<div style="text-align: left;">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">(Imagens não creditadas: artista plástico e modelo vivo não divulgados. Levantando informações de autoria.)</span></div>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Recentemente
fui solicitado por um amigo venezuelano a opinar sobre o que ele chamou de arte
erótica e de como seria para o modelo vivo se expor em trabalhos que continham
esta intenção. Enviou-me pelo celular fotos de aquarelas de figuras humanas
masculinas representando o desejo sexual, libido aflorada e ejaculações para
ilustrar o que chamava de erotismo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div style="text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8jnoO0FwHwXrVmjkkqoeiMQRhqfuMzq-fnMRgVYEwE7SzQ-50LgQar7LVZsph1MamF78YFStWbM2LDy8g982HjhAdhSvZnbAzrAMWMHbmfThFkXA8gFh7wHscgCSH8ozYDM1W1puNoZw/s1600/IMG-20180108-WA0009.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="869" data-original-width="1080" height="257" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8jnoO0FwHwXrVmjkkqoeiMQRhqfuMzq-fnMRgVYEwE7SzQ-50LgQar7LVZsph1MamF78YFStWbM2LDy8g982HjhAdhSvZnbAzrAMWMHbmfThFkXA8gFh7wHscgCSH8ozYDM1W1puNoZw/s320/IMG-20180108-WA0009.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">Observei por
vários minutos as imagens antes de começar a gravar uma resposta espontânea.
Pensei primeiro sobre os rótulos que damos às coisas e as consequências de
categorizarmos tanto a arte. Me questionei se o que entendia por erótico era
mesmo aquilo que olhava nas aquarelas. A resposta mais rápida foi a palavra
pornografia, que surgiu como um luminoso vermelho piscante. Na sequência
comecei a gravar o que chamaria de “áudio inaudível” via whatsapp: quase 15
minutos de falação, que eu mesmo talvez não teria paciência para ouvir se estivesse na correria do dia a dia. Depois
de enviá-lo, demorei um dia para voltar a escutar tudo o que tinha dito. Como
se fosse uma certificação ou validação de posicionamento sobre um assunto que
há tantos anos faz parte de minha vida. Se não fosse a seriedade deste tema e
sua relação com conceitos tão profundos de nossa existência, diria que nunca
fui tão contraditório com aquela resposta.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Falamos de
desejos, de absoluta entrega e exposições sem máscaras, de conexões com o outro
quando falamos de libido, quando sentimos tesão. O desejo sexual e a sua
consumação podem ser talvez um dos únicos momentos da existência em que o homem
se despe totalmente da moral. Creio que é aí que mora o real motivo de tanta
preocupação com o desejo sexual alheio, já que entregues, nos sentimos nas mãos
do outro, completamente desprotegidos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqB91zLcgPL1C6m25v1b4N3B-PWehcwUb_P7Ky6-l51epSI2DUvBqVobB9mdhs0dHe1iVtzwlFvMFpSkUCF3ARai8h29wFURfGtrQ50Lfdn-XlAz_E3cK7-BQ0K9nfnbMWwPLMqn_N8m0/s1600/IMG-20180108-WA0010.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1079" data-original-width="1080" height="319" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqB91zLcgPL1C6m25v1b4N3B-PWehcwUb_P7Ky6-l51epSI2DUvBqVobB9mdhs0dHe1iVtzwlFvMFpSkUCF3ARai8h29wFURfGtrQ50Lfdn-XlAz_E3cK7-BQ0K9nfnbMWwPLMqn_N8m0/s320/IMG-20180108-WA0010.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Na resposta comecei
dizendo que o que ele chamava de arte erótica era pra mim arte pornográfica. Reconhecia
a qualidade técnica das aquarelas e do contexto sexual presente nos trabalhos. Do
alto de minha certeza, presunção até, discorri sobre mostrar ou não mostrar o
sexo rígido nas aquarelas, enfatizando a dispersão da libido do observador de
forma absolutamente tão direta. Contextualizei as diferenciações entre erótico
e pornográfico, no meu entendimento, dizendo que o primeiro acontece quando o
artista apenas sugere sensações de prazer sexual e de tantos outros prazeres e
que o segundo é quando o artista mostra a excitação do sexo na sua totalidade. Acrescentei
que quando há a sugestão, dando ao observador não uma, mas inúmeras
possibilidades de leitura isso tem pra mim mais valor cultural e artístico do
que quando o artista nos dá apenas uma opção de entendimento. Quando olhamos
para um desenho ou aquarela que nos faz sentir várias coisas diferentes, que
despertam reflexões sobre nós mesmos e até sobre os outros, isso costuma ser
para mim algo com mais conteúdo artístico. Isto não acontece quando o propósito
do artista, através de sua obra, direciona a minha observação para um único
caminho, o sexual neste caso.<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg12piA8S6Hwwgx9gLRVw4xlEnkGBykzc1Mjf2HhI6Xdo-RQNwxTyEFfEfTRogxELPBsCA0eUlW2fXid7qjmNCk7OqgAb1952P8LWAOo_HVPXdifrNwRNKqj8RIcBpIJongfUM1qUiKpJk/s1600/IMG-20180108-WA0014.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1066" data-original-width="1040" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg12piA8S6Hwwgx9gLRVw4xlEnkGBykzc1Mjf2HhI6Xdo-RQNwxTyEFfEfTRogxELPBsCA0eUlW2fXid7qjmNCk7OqgAb1952P8LWAOo_HVPXdifrNwRNKqj8RIcBpIJongfUM1qUiKpJk/s320/IMG-20180108-WA0014.jpg" width="312" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Estendendo o
assunto para o artista que expõe sua nudez, os modelos vivos, propósito maior deste texto, penso
que se nos colocamos diante do(s) observador(es) também com este único intuito,
o de despertar desejos sexuais, esta atitude limita o processo criativo de quem
nos observa e também a nós mesmos enquanto posamos. A interpretação erótica e
sexual da nudez é apenas UMA possibilidade. Existem diversos outros sentimentos
e sensações que o nu é capaz de despertar, senão, de conduzir à reflexão sobre alguns
deles. Segundo Kenneth Clark (1956), renomado historiador britânico de arte e
autor do livro THE NUDE, A STUDY IN IDEAL FORM, o nu como gênero artístico personifica-se
através de conceitos relacionados à Harmonia, Energia, Êxtase, Humildade e
Piedade (</span><i style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;">pathos</i><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">). Depois de mais de
10 anos trabalhando com a exposição da nudez constatei que são inúmeros os
conceitos, sentimentos e emoções que ela pode atingir, modificar, provocar,
transformar e fazer nascer. O que mais gosto de explicitar são os sentimentos
decorrentes do respeito às singularidades humanas, promovidos pela comunicação
consciente e abrangente do corpo nu. Já tive a oportunidade de ver grandes
transformações humanitárias e muito positivas em pessoas com quem trabalhei. Respeito
por diferenças sociais, raciais, anatômicas, de gênero, de orientações sexuais,
religiosas e outras mais. Também vivenciei situações em que a exposição de meu
corpo nu auxiliou na aceitação e respeito do próprio corpo dos que me observavam.
Acredito que o trabalho consciente e
abrangente (artística e corporalmente falando) foi responsável por estas
transformações. E sempre que transformamos para melhor os conceitos do outro,
também nos modificamos. A transcendência é pra mim um dos principais motivos da
Arte.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH7BJz2mtZMv7IDa1Aqs-GHvt0H2o5wUFKQgMXHq-9_CaEnCNgPYcc1cAlrjokDXGm7HynNYEz3qtQX6TJGfdkLzeh4P-HBkpB2ifK3tKcgCAe7bv6wEhQPmTeG2zo9JyHTX_OdVuRQvE/s1600/egon-schiele-signed-1916-1917-sketch-book-via-liveauctioneers6.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="739" data-original-width="549" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiH7BJz2mtZMv7IDa1Aqs-GHvt0H2o5wUFKQgMXHq-9_CaEnCNgPYcc1cAlrjokDXGm7HynNYEz3qtQX6TJGfdkLzeh4P-HBkpB2ifK3tKcgCAe7bv6wEhQPmTeG2zo9JyHTX_OdVuRQvE/s320/egon-schiele-signed-1916-1917-sketch-book-via-liveauctioneers6.jpg" width="237" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><div style="text-align: left;">
<span style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">(<span style="font-weight: bold;">Egon Schiele, sketch
book, 1916)</span></span></span></div>
</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;">Não podemos deixar de considerar que categorizações como estas sobre o
erotismo e a pornografia na arte se modificam com o decorrer do tempo, da
história. Se fluidificam de acordo com às diferenciações de época, cultura,
região, temperatura média, religião e tantos outros fatores. O artista Egon
Schiele (1890-1918, Áustria), por exemplo, pintor expressionista hoje
mundialmente reconhecido, possui trabalhos extremamente eróticos e outros
pornográficos, segundo as considerações austríacas da época que o levaram
inclusive para a prisão. Foi condenado por imoralidade, pornografia e corrupção
de menores.</span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"></span></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><span style="line-height: 115%;"></span></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht8vJF97DxoR2WargcE2UplzeNB-FypPsbOa6TNf4GYVMkgyr1POjrTU8j5v6WDUASdwqQGcxNTnYvNiG4_EAiWyEEHN8On9hbcRPvg9BknLJIMcny6PCqqHsLTUyuconpbCcnrV18eI4/s1600/suzanne+valadons+por+toulouse-lautrec.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="195" data-original-width="260" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht8vJF97DxoR2WargcE2UplzeNB-FypPsbOa6TNf4GYVMkgyr1POjrTU8j5v6WDUASdwqQGcxNTnYvNiG4_EAiWyEEHN8On9hbcRPvg9BknLJIMcny6PCqqHsLTUyuconpbCcnrV18eI4/s1600/suzanne+valadons+por+toulouse-lautrec.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b><span style="line-height: 115%;">(</span><span style="line-height: 115%;">Suzanne Valadon no
quadro de<span style="color: white;"> Toulouse-Lautrec</span>, 1892)</span></b></span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">Suzanne Valadon (1867-1938, Paris), modelo vivo e pintora pós-impressionista
que teve uma participação marcante na cena artística parisiense, foi acrobata
circense e tornou-se parte integrante das obras de Renoir e Toulouse-Lautrec.
Iniciou-se na pintura sob a orientação de Degas e foi a primeira mulher a fazer
parte da Sociedade Nacional de Belas Artes. Muitos de seus trabalhos como
modelo vivo foram considerados como pornografia na época, o que para nós hoje,
podem ser apenas entendidos como eróticos. </span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">T</span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">on of Finland (1920-1991, Finlândia), artista conhecido por seu
trabalho homoerótico, esperou 30 anos para ter sua arte reconhecida. Seu
trabalho possui uma representação de detalhes e perfeição de luz e
sombreamento, e podemos perceber a proposta política e artística dentro da
pornografia.</span><br />
<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></span>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicJ0mHV6SrkpeQ0uMZoJ8g-w3PYvNTKK571xrgDY7rtjAITiwj8Ri9_7r-AG3AGT5fuHzL8ZUOx0fKXlFNPAqs__Nt61GAkmMsJ2aDwLIntQe2wOjoNqt0fyRbn2RDVolWaB5rjIyrCmQ/s1600/TomOfFinland3-800450.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-indent: 35.4pt;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="800" height="225" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicJ0mHV6SrkpeQ0uMZoJ8g-w3PYvNTKK571xrgDY7rtjAITiwj8Ri9_7r-AG3AGT5fuHzL8ZUOx0fKXlFNPAqs__Nt61GAkmMsJ2aDwLIntQe2wOjoNqt0fyRbn2RDVolWaB5rjIyrCmQ/s400/TomOfFinland3-800450.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>(Ton of Finland, “Desenhos Sujos, 1950)</b></span></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEht8vJF97DxoR2WargcE2UplzeNB-FypPsbOa6TNf4GYVMkgyr1POjrTU8j5v6WDUASdwqQGcxNTnYvNiG4_EAiWyEEHN8On9hbcRPvg9BknLJIMcny6PCqqHsLTUyuconpbCcnrV18eI4/s1600/suzanne+valadons+por+toulouse-lautrec.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"></a></div>
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">O polêmico fotógrafo alemão Wolfgang Tillmans (1968), premiado pela Tate Gallery, é considerado hoje talvez o mais famoso da história da fotografia por revistas importantes sobre fotografia e arte. Assim, também existe muita pornografia na fotografia reconhecida artisticamente pelo mundo e que estão expostas em grandes museus e importantes galerias. Neste caso, sem limites o fotógrafo expõe com sucesso e de maneira diferente tudo aquilo que vivencia e fotografa. A forma como conta as histórias e conecta as imagens de diferentes mundos o faz ser considerado um gênio.</span></div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUG48npzRRHfCgJJIZnjFjlN8-e4aeuGITCdArkfmxAUrS6Y30eT32f0pWK2pQmJmjhodtaFhgqYj_OLK099Px8a0T3cQRapC3vkLgWm9ws2jwaPVrm-95xrMaMi7FJ4qSPx2V6gKkko8/s1600/wolfgang2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="558" data-original-width="640" height="348" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUG48npzRRHfCgJJIZnjFjlN8-e4aeuGITCdArkfmxAUrS6Y30eT32f0pWK2pQmJmjhodtaFhgqYj_OLK099Px8a0T3cQRapC3vkLgWm9ws2jwaPVrm-95xrMaMi7FJ4qSPx2V6gKkko8/s400/wolfgang2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;"><b>(Registro de <a href="http://www.danielapetrucci.com/" target="_blank">Daniela Petrucci</a> em exposição de Wolfgang Tillmans, Tate Gallery, Londres 2017)</b></span></td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM6RpmzA2HC6j7tzBruw4Aa3cdNytUB3qbV4Egt4mKscvZ8RsuF3SMtmgS0kd3JTXh6daCFyKEMtq2-1vdAf1VMb-eMq6wbvhcVMUvMh1frlufzBJ4vsncjBrk8BYX8idILZGYEtW1CqU/s1600/IMG-20180108-WA0011.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="608" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM6RpmzA2HC6j7tzBruw4Aa3cdNytUB3qbV4Egt4mKscvZ8RsuF3SMtmgS0kd3JTXh6daCFyKEMtq2-1vdAf1VMb-eMq6wbvhcVMUvMh1frlufzBJ4vsncjBrk8BYX8idILZGYEtW1CqU/s320/IMG-20180108-WA0011.jpg" width="180" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">Inevitavelmente, ao despirmo-nos diante de uma
plateia, entramos em contato com os conceitos alheios sobre o nu. Questionamentos
advindos de julgamentos sobre o que é arte ou moralidade costumam preencher
salas de aula com alunos iniciantes na observação do modelo vivo. É possível
que tais dúvidas também habitem a mente do público em geral, quando este
observa pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, filmes, performances e espetáculos
teatrais feitos a partir do corpo desnudo. Talvez, para rechear nossas
considerações sobre <a href="http://modelosvivos.blogspot.com.br/2014/07/erotismo.html" target="_blank">“falsa arte e más morais”</a> (CLARK, 1964), o correto seja nos
questionarmos por que a representação da libido e do sexo na arte ainda sofre categorizações
negativas e causa repúdios tão radicais. As respostas poderão nos levar a
reflexões não só sobre desejos escondidos, mas também aos não assumidos, às
ações consequentes de possíveis omissões, ao conhecimento das instituições
beneficiadas com esta atitude e às consequências negativas decorrentes. </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"> </span><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">É inegável a força da apresentação do corpo
nu. Porém, dizer que um trabalho artístico é equivocado e se trata de falsa
arte, é um tanto quanto presunçoso. Posso ter sido muito presunçoso ao dizer ao
amigo que as imagens que me enviou pelo celular não se tratavam de arte erótica, consequentemente
o mesmo para o trabalho realizado pelo modelo que posou para tais aquarelas. Aliás, dizer o que é e o que não é arte é algo realmente muito arriscado. É necessário
algum tempo de reflexão, de considerações, de observação, de repertório
artístico e intelectual, de vivência em um meio onde a arte se exprime. Acima de
tudo, entender a arte como tal é, no meu entendimento, ser transformado por
ela.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhv6yL3w_1EZcBNP0Hmkk0lOUvRT-hkeMibIzH6bxoBXZ5kSd3JmESFPhfGQN1h2DGDyFSRDPfviFH0hcnNToGQlPLeXuFa4n3FrVO03c2Fk7iDYtM0Zcva3TXRCSzPldv0DTByh_DXhI/s1600/IMG-20180108-WA0013.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1060" data-original-width="1080" height="314" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhv6yL3w_1EZcBNP0Hmkk0lOUvRT-hkeMibIzH6bxoBXZ5kSd3JmESFPhfGQN1h2DGDyFSRDPfviFH0hcnNToGQlPLeXuFa4n3FrVO03c2Fk7iDYtM0Zcva3TXRCSzPldv0DTByh_DXhI/s320/IMG-20180108-WA0013.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Portanto, se
alguém se transforma ao ver corpos expelindo sêmen, modelos vivos posando com o
sexo excitado, quem sou eu para dizer que isto não se trata de arte? Sou apenas um
profissional que preza pela manutenção e reconhecimento do meu ofício, como
profissão e como algo que agrega o conhecimento das pessoas. Como tal, não
posso deixar de considerar o terreno marginalizado e periférico que abriga esta
condução da nudez pornográfica. Não vemos com frequência, conteúdos muito
elaborados dentro deste tema, o que não é o caso destas imagens. Mas, seria no mínimo hipócrita de minha parte e da
parte de todo modelo vivo profissional não enxergar que são necessárias
inúmeras ressignificações do contexto sexual na arte, para realizá-la com
alguma acuidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Resta-nos saber escolher em que terreno podemos conduzir a
aceitação, o conhecimento e a manutenção de nossa profissão. Se optarmos pela
exposição pornográfica de nossos corpos, poderemos estar limitando os olhares
sobre o que fazemos, conduzindo-os apenas à leitura sexual, como já disse.
Ainda que o trabalho tenha este único propósito, precisamos olhar para as
consequências negativas disso, que afetam uma profissão que tanto se extingue
como algo artístico e que necessita de estudo para ser realizada. Hoje em dia e
quase sempre, qualquer pessoa sem o mínimo conhecimento corporal e artístico
pode tirar a roupa e permanecer parada para o registro artístico. Porém, <a href="http://modelosvivos.blogspot.com.br/2017/12/a-profissao-modelo-vivo-i.html" target="_blank">o trabalho do modelo vivo</a> vai além desta falta de roupas e <a href="http://modelosvivos.blogspot.com.br/2014/07/imobilidade-ilusoria.html" target="_blank">imobilidade ilusória</a>. E se pretendemos
ser modelos que interagem na criação artística é inevitável que consideremos o
todo (a si próprio, ao outro e ao ambiente em que vivemos) e que estudemos para
adquirir participação neste processo. Ampliar nossa consciência de corpo e o entendimento
sobre a abrangência da exposição da nudez é um diferencial que, possivelmente,
nos aproxima da grandeza deste trabalho e das transformações que somos capazes
de impulsionar. Limitar a leitura do corpo nu é agir contra suas motivações e
possibilidades.</span></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCLcsuXkA7Nyz1WJtL5Efk7CvVkrSngGtiHxjepnCFlSak7vdDla06Xi8YLDS6DcfXxGmFU7vx8dsyC8DQptT-A8XUOfSOwe0foahze5jCSqCsfdSon8VpQlzcHVHesqdoVV6fFwS-jHc/s1600/IMG-20180108-WA0012.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="735" data-original-width="1080" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCLcsuXkA7Nyz1WJtL5Efk7CvVkrSngGtiHxjepnCFlSak7vdDla06Xi8YLDS6DcfXxGmFU7vx8dsyC8DQptT-A8XUOfSOwe0foahze5jCSqCsfdSon8VpQlzcHVHesqdoVV6fFwS-jHc/s320/IMG-20180108-WA0012.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; text-indent: 35.4pt;">Após ouvir a mensagem enviada a meu amigo, senti
vontade de escrever a respeito e de também refletir um pouco mais sobre. Propostas
artísticas não merecem se limitar, elas se exteriorizam através do artista para
ganhar o mundo metafórico e transformador. O erotismo nos desperta para as
buscas e conceituações. A pornografia nos traz a certeza de nossos desejos
sexuais. Então, por que responder com certezas anseios tão profundos do homem?
Seria a arte feita de certezas?</span></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-36168846919309472432017-12-10T18:45:00.001-08:002017-12-10T19:07:07.130-08:00A Profissão Modelo Vivo (I)<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">Depois de uma grande pausa nas publicações, por motivos relacionados ao falecimento de Cris Ferrantini (o Blog é repleto de imagens nossas e fruto de um projeto que tínhamos em comum) e também por minha total imersão na realização do curso de pós-graduação em Técnica Klauss Vianna na PUC-SP, retomo a divulgação e o compartilhamento de assuntos pertinentes à arte da exposição artística da nudez. Agora, com conteúdos inovados, referências e fundamentações teóricas, procurarei trazer textos que promovam reflexões que contribuam não só com a manutenção desta profissão milenar, mas também com a qualidade da exposição do nu e de sua participação no processo artístico criativo. Espero que gostem!</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2nJlrq6EhsrN3jrZWB8ufscmKrCTQ2uKFbDHUBWga-mWZ9uieEukEqSWMHcrowSL8I1D89FnId2x9GgF9fItXioZujxo0P6g-0CvTwhPav4KHXvY3yU-THuD6B0gOOUuaQZktPrzjs3E/s1600/IMG_3496.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2nJlrq6EhsrN3jrZWB8ufscmKrCTQ2uKFbDHUBWga-mWZ9uieEukEqSWMHcrowSL8I1D89FnId2x9GgF9fItXioZujxo0P6g-0CvTwhPav4KHXvY3yU-THuD6B0gOOUuaQZktPrzjs3E/s400/IMG_3496.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Foto: Giulia Sperandio</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
</div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Necessito falar da profissão, legalmente ainda não reconhecida, mas que é realizada seriamente por poucos e que me sustenta há mais de 10 anos. Esta atividade é feita por pessoas e motivos diversos. Há quem se expõe pelo amor à arte e entendimento do seu papel e importância à humanidade. Há quem se expõe pelo tempo ocioso em que se encontra em sua profissão, pelo dinheiro, complemento de orçamento ou desemprego. Há quem se expõe para testar a coragem, para adquirir um desprendimento do corpo e da inibição. Há também aqueles que expõem sua nudez pelo prazer da exibição ligada ao sexo ou voyeurismo. Sem dúvida há quem deseja apenas conhecer o trabalho, tão mitificado pelo tabu da nudez e pela própria história da arte, já que pouco se conhece e se tem registro sobre o trabalho dos modelos observados pelos grandes artistas. Há os próprios artistas, normalmente desenhistas, pintores e escultores, que o fazem pelo conhecimento de causa para provável consequente melhora em seu desempenho na observação do nu. Assim como, há os que se expõem como profissão escolhida e que é também pertencente às artes do corpo. Vemos posando neste ambiente artístico atores, bailarinos, músicos, artistas circenses, pintores, desenhistas, escultores, modelos fotográficos e de passarela, praticantes de yoga, pilates, fisioterapeutas, ginastas, executivos, profissionais do sexo, entre tantos outros.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">A diversidade de formação, atuação e intenções que movem o indivíduo a praticar, ou ao menos, iniciar-se na prática de uma atividade tão importante quanto é a do modelo vivo, mostra que a pluralidade é parceira e necessária na realização da arte. Porém, tão necessário quanto, é o aperfeiçoamento deste ofício, que chamarei a partir de agora de profissão. Atualizá-la com um entendimento maior sobre corpo e sua participação no processo criativo do artista, contribui com a sua continuidade. Reverberar este entendimento para os artistas que nos observam, também. Trazer à tona as consequências para além dos frutos técnicos deste estudo é fundamental na instituição desta profissão, que tanto agrega à formação do artista. Atualizar e aperfeiçoar pode, quem sabe, também categorizá-la um dia como uma forma de arte.</span><br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDIfxfedtAODgxa_p2SMMEemuxC7yOA4l_gn6Q_gO21TyuPS6kkEb0i1BYVY93eSHBQIcu_I33Plax9np4U5OUkx_Gl1XWvKYB2F5syje2exrXghrH6aPDkekHXKeloJYsAYs8qRS9og/s1600/IMG_3498%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQDIfxfedtAODgxa_p2SMMEemuxC7yOA4l_gn6Q_gO21TyuPS6kkEb0i1BYVY93eSHBQIcu_I33Plax9np4U5OUkx_Gl1XWvKYB2F5syje2exrXghrH6aPDkekHXKeloJYsAYs8qRS9og/s400/IMG_3498%255B1%255D.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Foto: Giulia Sperandio</span></td></tr>
</tbody></table>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Geralmente as sessões de observação de modelo vivo acontecem com o corpo do profissional ou iniciante colocado nu ao centro de uma roda de pessoas que se propõem a desenhá-lo, pintá-lo, esculpi-lo ou fotografá-lo. O modelo se coloca numa posição escolhida por ele ou, geralmente, pelos participantes e permanece em pausa enquanto os presentes realizam o registro artístico. As pausas variam de 30 segundos a 20, 30 ou até 40 minutos e as sessões costumam durar de 1 a 4 horas. Neste círculo o modelo posa usualmente de forma passiva, aparentemente imóvel e em silêncio, recebendo os olhares enquanto os demais artistas registram aquilo que conseguem expressar através de suas mídias e conhecimentos técnicos. A interação entre modelo e artistas se limita, na maioria das vezes, aos resultados obtidos através dos desenhos, pinturas, esculturas e fotografias. É um trabalho que costuma estar velado ao conhecimento somente das pessoas que participam da experiência, sendo segregado e muitas vezes escondido pelos próprios profissionais e pessoas que o realizam, sem o entendimento de sua potência e importância.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Faço um paralelo às palavras de Klauss Vianna¹, em relação à repetição da forma na dança, com a exposição do corpo do modelo vivo. Mais do que exibidores de formas anatômicas e proporções oriundas de comparações geométricas, podemos interferir na concepção de corpo daquele que nos investiga atentamente com os olhos. Compartilhamos não apenas nossos traços, espalhados pelas linhas vivas da matéria que nos compõe, mas inclusive nossas referências, história, repertório e intelecto. Além de observar em nós as características físicas, o artista pode também se valer de nossas expressões para adentrar níveis mais acentuados de seu estudo. E através do nu, esta busca maior de conhecimento pode se dar. Ele permite que o observador consiga acompanhar as linhas e volumes inerentes do corpo sem a interrupção de vestes, seguindo a sua linearidade e volumetria sem precisar supor ou imaginar como são as referidas partes, quando estão cobertas pelos tecidos. Isto propicia um desenho (ou demais resultados) mais próximo do que é visto, e mais distante do que costuma ser memorizado. Além disso, o contato visual com a realidade corpórea alheia, no instante da observação, costuma proporcionar também um enfrentamento de significados, questionamentos e comparações que podem contribuir com o estudo.</span></div>
<div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<blockquote class="tr_bq" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: x-small;">A dança não significa reproduzir apenas formas. A forma pura é fria, estática, repetitiva. Dançar é muito mais aventurar-se na grande viagem do movimento que é a vida. Nesse sentido, a forma pode comparar-se à morte e o movimento, à vida. (VIANNA, 2005:112)</span></blockquote>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlLEyrhayrEw_orTaOXb74L1mAWCSTZw1k-o4U5RfS7i1rSj0QletpLFJ_lRJ8mRIoLgrWxAafGKaSTQE18Do_C7BZfPiOLS4Bv9K13tqVFMOHr35xvknzlNV_8MeaVf3kMl3NKXKZ8pI/s1600/IMG_3505%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="426" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjlLEyrhayrEw_orTaOXb74L1mAWCSTZw1k-o4U5RfS7i1rSj0QletpLFJ_lRJ8mRIoLgrWxAafGKaSTQE18Do_C7BZfPiOLS4Bv9K13tqVFMOHr35xvknzlNV_8MeaVf3kMl3NKXKZ8pI/s640/IMG_3505%255B1%255D.jpg" width="640" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Foto: Giulia Sperandio</span></td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Durante a minha trajetória pessoal como modelo vivo, pude perceber que muitas pessoas se transformam na observação do corpo nu. A observação da nudez com propósitos artísticos interfere no aprendizado artístico, nas ações e pensamentos que derivam deste ato, daqueles que observam e daquele que é observado. Tomado pelos questionamentos sobre o que contribui nesta transformação busquei compreendê-la em mim e naquilo que me faz expor o corpo, para então poder compartilhar este conhecimento de forma fundamentada em um estudo que considera o corpo não só como matéria ou aparato anatômico, mas como uma unidade entre corpo e mente.</span></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">É preciso reconhecer a importância da observação do corpo para práticas artísticas, mas através de conceitos que articulem as relações inerentes ao próprio corpo e deste com o ambiente e com o outro, considerando seu potencial de transformação.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"></span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;">Tão instigante quanto é o nu para a arte, pode ser o entendimento do corpo para os modelos vivos que servem de referência aos artistas e estudantes. Porém, quem são estas pessoas que oferecem seus corpos às aulas de arte? O quanto sabem da importância de sua participação neste processo de conhecimento e, principalmente, o quanto conhecem seu próprio corpo?</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">1. Coreógrafo e pesquisador brasileiro.</span><br />
<span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsuInnm-YbWO7yNb9k8PyGU-KTQgF5Nrr77V0CljowXGmgxFXK2BgQDU3hak1_Ihw50PfHKt4MF2ObZmO8Mi38P5D1wR5aLMwlTJO3xwm-Oo7dEdZKUV_FZVTeAD9FSm9OGwkekRIvwMY/s1600/IMG_3482%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsuInnm-YbWO7yNb9k8PyGU-KTQgF5Nrr77V0CljowXGmgxFXK2BgQDU3hak1_Ihw50PfHKt4MF2ObZmO8Mi38P5D1wR5aLMwlTJO3xwm-Oo7dEdZKUV_FZVTeAD9FSm9OGwkekRIvwMY/s400/IMG_3482%255B1%255D.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Foto: Giulia Sperandio</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgriOBiL-9E9GSU97FO3GE71N282r7nTuLEfhpHSXySRmLBO9ZwNWSYOregSC01CVPcbttvI6txUWdbJU8LB-r5oufXt1EY4E6_rLRx7z_rwCQ4jn9wFkQdpuA2li6IK8tMLDe-vD3vcv0/s1600/IMG_3567%255B1%255D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1067" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgriOBiL-9E9GSU97FO3GE71N282r7nTuLEfhpHSXySRmLBO9ZwNWSYOregSC01CVPcbttvI6txUWdbJU8LB-r5oufXt1EY4E6_rLRx7z_rwCQ4jn9wFkQdpuA2li6IK8tMLDe-vD3vcv0/s640/IMG_3567%255B1%255D.jpg" width="426" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-family: "arial" , "helvetica" , sans-serif; font-size: xx-small;">Foto: Giulia Sperandio</span></td></tr>
</tbody></table>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-62915751509049677032014-08-08T00:35:00.000-07:002014-08-12T15:54:45.403-07:00Sangue Branco<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihlraiXpmvL-7UrqwCtAtdXOnxKWeeXqBUvxdLgr2NfT9zoTDoQaXUiluVNzsmOKhURhU4RhxX1TDydAmMxNNjdb-oR4mPmLEJYqvjGiSHzCJT7zjvldimBdmc2T3EVdq6wzR6Z990KFY/s1600/image004+(1).jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihlraiXpmvL-7UrqwCtAtdXOnxKWeeXqBUvxdLgr2NfT9zoTDoQaXUiluVNzsmOKhURhU4RhxX1TDydAmMxNNjdb-oR4mPmLEJYqvjGiSHzCJT7zjvldimBdmc2T3EVdq6wzR6Z990KFY/s1600/image004+(1).jpg" height="212" width="320" /></a>Minha amiga-irmã, parceira de trabalho e de jornada se ausenta, por ser acometida pela doença do século. Meu chão some, minhas crenças se fortalecem e meus sonhos, nossos sonhos, aguardam seu retorno. Resolvi dedicar esta publicação a ela para compartilhar o quanto a Arte aproxima as pessoas.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisJiNKwj9vpZAXNqwg-wzi70s-e6MWzoEcjClbVkfXp569c9njn5v3z3OF5c2H-RK3lxKohaMcbEC_gfV4uCRMuWIwcAL2sURtbP9shoAG4Rc4FhEFtBqwYMI2B52OOKTilNpu8mxsE6c/s1600/foto1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"></a></div>
<div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisJiNKwj9vpZAXNqwg-wzi70s-e6MWzoEcjClbVkfXp569c9njn5v3z3OF5c2H-RK3lxKohaMcbEC_gfV4uCRMuWIwcAL2sURtbP9shoAG4Rc4FhEFtBqwYMI2B52OOKTilNpu8mxsE6c/s1600/foto1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEisJiNKwj9vpZAXNqwg-wzi70s-e6MWzoEcjClbVkfXp569c9njn5v3z3OF5c2H-RK3lxKohaMcbEC_gfV4uCRMuWIwcAL2sURtbP9shoAG4Rc4FhEFtBqwYMI2B52OOKTilNpu8mxsE6c/s1600/foto1.jpg" height="320" style="cursor: move;" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;">Foto: Maurício Silva</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<div>
Em nosso caso, a nudez que expomos ao mundo nos aproximou. Já escrevera há tempos o poema a ela dedicado <i><a href="http://www.julianohollivier.blogspot.com.br/2010/08/amor.html" target="_blank">“Hoje eu vou tentar falar de Amor”</a></i>, mas hoje o que eu vou é tentar falar das formas de amar. O que isso tem a ver com meu trabalho? Tudo, já que a arte de ser um modelo observado exigiu de nós dois o exercício constante deste sentimento.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Desde o início a sintonia nos aproximou, primeiramente nos palcos e consequentemente na vida. Conheço, como amigo, cada centímetro de seu corpo, pois a observo enquanto poso e observando-a aprendi a enxergar suas qualidades e defeitos com tão mais respeito que hoje, agora mais do que nunca, tenho plena certeza de que a prática da observação artística da nudez promove a união.</div>
<div>
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtGTQs7l3INAaRZb3ZlX0OueSEwYIlKGHKn1IIZYpWU8Tv-PEdbjQz3VLhO8sidnnQuDTR7v6fIu4LnbIu9-tQQ7cl9k0u-bSyqG3FxVprH6YDpeN-K3N1d4IXEZgUw7lgNL5_mU12ysg/s1600/_MG_7185.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtGTQs7l3INAaRZb3ZlX0OueSEwYIlKGHKn1IIZYpWU8Tv-PEdbjQz3VLhO8sidnnQuDTR7v6fIu4LnbIu9-tQQ7cl9k0u-bSyqG3FxVprH6YDpeN-K3N1d4IXEZgUw7lgNL5_mU12ysg/s1600/_MG_7185.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Adelson Corigliano</td></tr>
</tbody></table>
<div>
Olhando-a vi sua ternura vestida de lindos seios, vi sua leveza imbuída de mãos tênues. Olhando-a vi a perseverança fantasiada de belíssimos e irreproduzíveis olhos azuis. Vi sua maturidade render-se às ingenuidades necessárias para a exposição da alma e assim vi seus lábios calarem-se pelo silêncio inteligente. Olhando-a vi o dom do perdão transfigurado em sua pele, branca e suave como mármore e seda. Foi olhando-a que enxerguei através de seu corpo todo o amor que eu podia dar a quem me olhasse. Vi sua dedicação apoiada em passos lentos, em tempo largo e severo. Vi a criatividade brotar de falas e risos lúdicos e aprendi com eles a esperar o tempo dos outros.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Olhando-a pude ser quem hoje eu sou e só olhando-a com toda a atenção que este trabalho exige, é que pude ser como eu sou.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Através do corpo vemos a beleza, se assim quisermos. Vemos poesia se preparados estivermos. E somente assim enxergaremos o que por dentro há repleto de humanos sentidos. Conduzi-los nessa descoberta também é parte da minha Arte, consequência creio eu. Considerar os detalhes, ponderar e desmistificar os erros, valorizar os acertos e aprender pelas repetições são algumas das formas de amar. E é tão resplendoroso você se deparar com o desencadeador de sua conquista, que o faz olhar para trás e amar cada segundo vivido.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikSKTxdRjV9bEFelwuiw0nyM75Ke1A_WUP9FI3QBujsLVmFhtTRJyPbyxWP7wZ9vwXaVEDsh_ID9mVs0Z1fNdjUVJLBkd0Cs69msQVBwgyID2jgg3rnfVCLkWe1DbggBWE5BCucZkt5X4/s1600/9.+Maria+Pacca.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikSKTxdRjV9bEFelwuiw0nyM75Ke1A_WUP9FI3QBujsLVmFhtTRJyPbyxWP7wZ9vwXaVEDsh_ID9mVs0Z1fNdjUVJLBkd0Cs69msQVBwgyID2jgg3rnfVCLkWe1DbggBWE5BCucZkt5X4/s1600/9.+Maria+Pacca.jpg" height="216" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;">Foto: Maria Pacca</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
<div>
A observação nos dá essa oportunidade de amar. Amar o amigo, amar a si próprio, amar a pessoa que sequer conhece. Nos dá a oportunidade de amar de uma forma distribuída em várias formas, sendo cada uma delas tão significante quanto os detalhes que enxerga no outro. Enxergar minha amiga e convidá-la a viver meu mundo se misturando no dela nos fez sonhar juntos e nos fará crer que esta ausência é somente temporária.</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkErDVLzUaf8qD63aCWXTclZLxtxVc2DKHPC5VHIIVnsxKx4YKyc1G5N5jlRtlYK_N32vxYVcWtxPirDNS7ZdO-bIu3Tpc-WkVwyu9y5hUTlGwnHsu7-prwTS4SPgRKZrklLp9KmXltRk/s1600/foto3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkErDVLzUaf8qD63aCWXTclZLxtxVc2DKHPC5VHIIVnsxKx4YKyc1G5N5jlRtlYK_N32vxYVcWtxPirDNS7ZdO-bIu3Tpc-WkVwyu9y5hUTlGwnHsu7-prwTS4SPgRKZrklLp9KmXltRk/s1600/foto3.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Maurício Silva</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
Nos fará acreditar que sua cura e recuperação são tão possíveis quanto as transformações que vimos acontecer nestes anos de observação que propusemos com nossa nudez. E será através de seu olhar, como o azul de todo mar nos faz, que a enxergarei curada e junto de mim para continuarmos nossa jornada mais cheios de amor ainda.</div>
<div>
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiACLNru_7UfwbZZbj75xDWAYRS0lcePSWKAoG-oentKm1zSJFMmYjSuYWJcBkuUuaRu27cCU-PtKJ5as8umUnRseU7OCyQbKJCHUrY4jiRdSXlrc1CSMFQmWS-p5_KPcr6HEnDGlALgUk/s1600/_MG_7166.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: center;"></a><br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwmb9SVr3aKi2fHV_oQFeJ7JAZckEmSiNke4CvwZB6zmdlPOkyZGi5BPDGBRO7vNUlLPoH1pCj9hwu3VvxI3hCjUPQLfyt5nrBaBHc31qUH_Y9zcMJBeoUSC74cwG0H5MN5EE-EGd7lYQ/s1600/_MG_7204.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiwmb9SVr3aKi2fHV_oQFeJ7JAZckEmSiNke4CvwZB6zmdlPOkyZGi5BPDGBRO7vNUlLPoH1pCj9hwu3VvxI3hCjUPQLfyt5nrBaBHc31qUH_Y9zcMJBeoUSC74cwG0H5MN5EE-EGd7lYQ/s1600/_MG_7204.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Adelson Coriglia</td></tr>
</tbody></table>
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiACLNru_7UfwbZZbj75xDWAYRS0lcePSWKAoG-oentKm1zSJFMmYjSuYWJcBkuUuaRu27cCU-PtKJ5as8umUnRseU7OCyQbKJCHUrY4jiRdSXlrc1CSMFQmWS-p5_KPcr6HEnDGlALgUk/s1600/_MG_7166.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiACLNru_7UfwbZZbj75xDWAYRS0lcePSWKAoG-oentKm1zSJFMmYjSuYWJcBkuUuaRu27cCU-PtKJ5as8umUnRseU7OCyQbKJCHUrY4jiRdSXlrc1CSMFQmWS-p5_KPcr6HEnDGlALgUk/s1600/_MG_7166.jpg" height="320" style="cursor: move;" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 12.727272033691406px;">Foto: Adelson Coriglia</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
<i>Leukos </i>é sinônimo da cor da paz, branco; <i>Haima</i> simboliza o sangue que alimenta o corpo. Assim, a origem da palavra desta patologia me faz crer que as experiências que tivemos com os artistas que nos representam inundando seus papéis brancos, nos são exemplos para vencer!</div>
<br />
<i><br /></i>
<i>(Peço aos leitores muita energia positiva, muita fé e orações direcionadas à Maria Cristina Ferrantini, que se recupera bravamente hoje de leucemia. Muito obrigado.)</i><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjClBtiRMrQI-OSxWhypTeXeQWQKu8neJP9lS-QxVp1L_xtJYa4H33nZr4uS3vUmn7va_nCNQBAaMQqCAyboxlt5vxr87PeWXYt4-7LEbKQ6lyCb-UvHOvpAlEuD8aRry-40QRwB4QPm5o/s1600/_MG_7117.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjClBtiRMrQI-OSxWhypTeXeQWQKu8neJP9lS-QxVp1L_xtJYa4H33nZr4uS3vUmn7va_nCNQBAaMQqCAyboxlt5vxr87PeWXYt4-7LEbKQ6lyCb-UvHOvpAlEuD8aRry-40QRwB4QPm5o/s1600/_MG_7117.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Adelson Corigliano</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: center;">
<i><br /></i></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-23919360665204208962014-07-29T10:09:00.000-07:002014-07-29T10:18:46.330-07:00Nudez e Religião<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8xvlBV6A9d9nySNRi1hPFOaNrWKtIuuoQOxlybsE5itT7M5CPiKYiR0j41bTaY_gtaxzkIvpvJ2GVWY0GMC_9gVjgBZ2-Lpayb-3cuXortEUvHSdgViIvcE3QwinuKilktKSCYWlITM0/s1600/DaniPetrucci7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8xvlBV6A9d9nySNRi1hPFOaNrWKtIuuoQOxlybsE5itT7M5CPiKYiR0j41bTaY_gtaxzkIvpvJ2GVWY0GMC_9gVjgBZ2-Lpayb-3cuXortEUvHSdgViIvcE3QwinuKilktKSCYWlITM0/s1600/DaniPetrucci7.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Daniela Petrucci</td></tr>
</tbody></table>
Claro que não poderia deixar de abordar este assunto, já que quando proponho a observação da nudez, proponho a observação da nudez da alma. Mesmo não sendo mais tão polêmico, graças a Deus, por ser importante às religiões mantê-lo velado.<br />
<br />
Em se tratando de alma, corpo é consequência. Quando me refiro à transparência necessária para a observação de nosso corpo, não falo somente da inexistência da roupa ou da quebra de paradigmas que o nu ocasiona, mas falo também da nudez de espírito que põe diante dos observadores todas as suas falhas, medos, descrenças, desejos e necessidades. Abre aos olhos mais atentos oportunidades para enxergar o quanto somos imperfeitos e o quanto necessitamos olharmos uns aos outros para aprendermos com isso. O resultado deste processo é transformador, tendo como ganhos a constatação da diversidade e o respeito a ela, e está nele a relação da nudez com a religião.<br />
<br />
Foi importante para a Igreja relacionar a nudez ao pecado, pois assim conseguia velar a intenção política e econômica da sua existência. Deter às suas “mãos” o controle da vontade sexual dos fiéis era um facilitador, para terem sempre relações monogâmicas autorizadas pela instituição, pelo menos as relações oficiais. Porém, a meu ver, a nudez não promove somente as vontades sexuais, ela estimula a investigação de si mesmo e isso, sem a menor sombra de dúvidas, os religiosos chefes já sabiam. Ou seria um paradoxo termos tanta arte sacra repleta de imagens seminuas?<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEurLdAT_JrFGFp5P6xCYoamlO_H3eM04uiH4bcZrh1BHPqo8KRnXkEt6GmkzwHkxG7gvLD3tFMdx3AzDf4tkudd7s2iMsnFP7RfyQToJK6o_yPAQz_aC3TM3fye5eydKxU-87pi4yewA/s1600/DaniPetrucci5.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjEurLdAT_JrFGFp5P6xCYoamlO_H3eM04uiH4bcZrh1BHPqo8KRnXkEt6GmkzwHkxG7gvLD3tFMdx3AzDf4tkudd7s2iMsnFP7RfyQToJK6o_yPAQz_aC3TM3fye5eydKxU-87pi4yewA/s1600/DaniPetrucci5.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;">Foto: Daniela Petrucci</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Não, não é. Além de controlar o desejo das pessoas, a religião quis também direcionar este desejo que lhes restava. E não mais o desejo sexual, mas o desejo de entender quem somos, por que somos e para que somos. Se direcionassem esta inquietação a um propósito Divino, teriam o benefício dos resultados que a nudez proporciona, através das obras litúrgicas.<br />
<br />
Não estou aqui execrando esta manipulação, longe disso, ela é histórica e já aconteceu. Mas uma das faces também de meu trabalho é pôr em questionamento o real amor que você tem a Deus. <i>Uawwww</i>, risos, mas sim....quando você me olha nu, quero que pense também se tem um amor maior. Quero que questione, através da comparação, que Deus é este que está nos observando, enquanto me observa? Que credo é este que, na maioria das vezes, faz as pessoas achatarem um modelo único de verdade e existência, excluindo aqueles que fogem deste padrão ou aqueles que não se enquadram nele? Quero que entenda que somos cada um de um jeito e que tudo pode ser melhor se aprendermos a conviver as diferenças.<br />
<br />
Amar a Deus é particular também, claro, e tenho minha religião e o amor a Ele. Porém não há como negar que a observação do homem e seus feitos conduzem a este amor maior. Conduz ao sentido da vida e à compreensão de que vivemos de uma forma mais feliz quando amamos as pessoas, a família, os amigos, o(a) namorado(a), os animais, a natureza e a quem tudo isso criou...mas quando amamos também as características que nos são distintas, neste universo todo. Por isso, observar o fruto desta criação é sem dúvida um caminho para a compreensão divina. Assim, religião e nudez convivem mesmo que veladamente.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg69emGXeAxr2MLUCI4kQG4Hyo5R8tAeHOIjbfU5Abcy0tFvYWVhI-pmOmZ_k3PRpeajmuHQeEbCbopRmydFBsH-7ECRdzUGxy4m3-cpXZnix6eMHFy0GvhA1_GHodB_Rh99F2tojwz_Ik/s1600/DaniPetrucci8.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg69emGXeAxr2MLUCI4kQG4Hyo5R8tAeHOIjbfU5Abcy0tFvYWVhI-pmOmZ_k3PRpeajmuHQeEbCbopRmydFBsH-7ECRdzUGxy4m3-cpXZnix6eMHFy0GvhA1_GHodB_Rh99F2tojwz_Ik/s1600/DaniPetrucci8.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Daniela Petrucci</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-40550024125448580852014-07-18T02:08:00.001-07:002014-07-18T15:18:02.220-07:00Imobilidade Ilusória<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtgVVr0y_C4_rFcbEYALeQNDAPLZshT__KUjA1k5OWh-c0u4ROXE06G9JltcAw9Iee7NUkJcR3r7DoLI1io0YSUzk_p2j_ET56YHHgPl79yMMFniJSpQgUxyX-h8IZ7ffa_R4sQg4IlJg/s1600/13.+Metamorphosis+LucasMarques+172+new.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtgVVr0y_C4_rFcbEYALeQNDAPLZshT__KUjA1k5OWh-c0u4ROXE06G9JltcAw9Iee7NUkJcR3r7DoLI1io0YSUzk_p2j_ET56YHHgPl79yMMFniJSpQgUxyX-h8IZ7ffa_R4sQg4IlJg/s1600/13.+Metamorphosis+LucasMarques+172+new.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Lucas Marques</td></tr>
</tbody></table>
Após alguns anos de trabalho com a imobilidade pude entender algumas coisas que são tão importantes, a meu ver, para nós artistas e não artistas, que faço questão de compartilhá-las aqui no Blog.<br />
<br />
Certa vez em aula, uma aluna reclamou ao professor que eu tinha me mexido e por isso seu desenho estava desproporcional (tenho que informar que somente o dela e não os de todo o resto da classe). Sim, claro, o que havia se mexido tinha sido apenas minha barriga, que se movia naturalmente a cada inspiração e expiração. Meu corpo permaneceu dentro das marcações por todos os 20 minutos cronometrados. E olha que eu procuro diminuir a intensidade de minha respiração enquanto poso além de controlar o piscar dos olhos. Porém, naquela situação, pensei: “<i>mas que parte do ‘<u>vivo</u>’ do Modelo Vivo esta aluna não entendeu</i>?”.<br />
Foi então que decidi um dia escrever sobre isto.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghPSRYwwAjY8HRRW0ai4ILaJqWxGuK-vmBVY27i0tIHuj40H5rLywwa4dJkKfXY7lpQubLR_2CwWbg9cbOsV12Dsn0p00hLd9WqwwKI-19XqXledeaFl5_C89TE8ltV0-mDDY8ZlhwvZA/s1600/Desenho+FilipeRios+METAMORPHOSIS+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghPSRYwwAjY8HRRW0ai4ILaJqWxGuK-vmBVY27i0tIHuj40H5rLywwa4dJkKfXY7lpQubLR_2CwWbg9cbOsV12Dsn0p00hLd9WqwwKI-19XqXledeaFl5_C89TE8ltV0-mDDY8ZlhwvZA/s1600/Desenho+FilipeRios+METAMORPHOSIS+2.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Desenho de Filipe Rios</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Todos sabem que ficamos horas parados em poses que são observadas e registradas pelos artistas plásticos, arquitetos e fotógrafos. Sabem também que, para que este registro seja o mais preciso possível, é necessário que nos mantenhamos completamente estáticos no espaço.<br />
<br />
Esta grande pausa está relacionada à adequação do corpo ao espaço que, enquanto observando, o observador cria relações de direcionamento, estrutura, nivelamento, proporções, volume, luminosidade e sombreamento e principalmente de foco na expressão que o modelo propõe naquele exato momento, tempo e local da pose.<br />
Tudo está relacionado com o ambiente físico, psicológico e intelectual dos que estão presentes numa sessão, e por isso, estritamente vinculado ao direcionamento imóvel do corpo em relação ao espaço.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh92S841HW-n6Sc-vWkVwUbCPmwmnil8C3Tv9VgpWc5hHGw4QkGJl6wfMmai4JQiGGfiU3HHstnCyHasS7Cph0FtEajqlhLP08WPSCo4VrOi_T_LcDY83dtBkkmaQHBR1AS8PKGKIV7f68/s1600/11.+Metamorphosis+LucasMarques+163.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh92S841HW-n6Sc-vWkVwUbCPmwmnil8C3Tv9VgpWc5hHGw4QkGJl6wfMmai4JQiGGfiU3HHstnCyHasS7Cph0FtEajqlhLP08WPSCo4VrOi_T_LcDY83dtBkkmaQHBR1AS8PKGKIV7f68/s1600/11.+Metamorphosis+LucasMarques+163.jpg" height="296" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Lucas Marques</td></tr>
</tbody></table>
Sempre digo que a pose é uma consequência de um movimento, uma rápida situação congelada do corpo que se move em direção a um objetivo. Os movimentos nos levam a algum lugar e são disparados por objetivos, sendo assim, mover-se é uma consequência de um estímulo.<br />
<br />
No teatro, na dança ou na <i>performance</i>, ambientes em que a movimentação é criada e conduzida para a observação de um público, este movimento é interpretado de acordo com o repertório de quem o vê. Sofre, por consequência, juízo de valor e aceitação ou não das suas proposições de mensagens.<br />
<br />
Pensando o corpo do Modelo Vivo, que permanece estático durante a observação das pessoas, como ficam as proposições de movimentação deste corpo? Como se encaixam os objetivos para o fazerem se mover? Como se adequam os lugares/público que deveriam receber este corpo que se movimenta em direção a eles, ou por eles? E como ficam os valores de juízo (agora não mais juízo de valores) quando o público observa este novo corpo?<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZcWvsTKnLx3Ia9mCmwYY8KYftXzmFWTKxTjtixTWVOKYzosXs4-ELvnUHQA3obwN6ErTRNK7xVFq15T2WG6vCNFKYaOjnzFpR88narEU065qdcCkUqr1ClzA9vzj3Hq-b8hYDEa8JEkI/s1600/Metamorphosis+Desenho+Rafael+Moraes+RioPreto.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZcWvsTKnLx3Ia9mCmwYY8KYftXzmFWTKxTjtixTWVOKYzosXs4-ELvnUHQA3obwN6ErTRNK7xVFq15T2WG6vCNFKYaOjnzFpR88narEU065qdcCkUqr1ClzA9vzj3Hq-b8hYDEa8JEkI/s1600/Metamorphosis+Desenho+Rafael+Moraes+RioPreto.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Desenho de Rafael Moraes</td></tr>
</tbody></table>
Considerar efêmera a pose de um Modelo Vivo, como uma fração de segundo de um corpo em movimento, assim como também considerar da mesma forma o mover-se na vida (real ou artística), torna possível a identificação de pequenos e grandes gestos realizados na Arte e no dia a dia.<br />
O corpo de hoje, artista ou não, se move com maior conhecimento dos universos que o contemplam. Move-se de uma maneira completamente mais habitada pelo seu propositor. Move-se considerando o corpo do outro, se adaptando aos movimentos do outro e se interferindo com ele, sendo naturalmente dependente de transformações e ressignificações. Os corpos que assim ainda não se movem, estão defasados.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDq5lbwhCx4ZieSobkuAqv7D4cQFg_bGCykdWS6GvRwigMofplCnfFOSjPYCWji5OEh-jY4v8K6vqnXdKCh3safeiWt4qGMEAgooZVYWNtkoaB_qoqohrsILoiYGCGH-c1bk078ryUaAM/s1600/Metamorphosis+8+Osiris+Lambert+7.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDq5lbwhCx4ZieSobkuAqv7D4cQFg_bGCykdWS6GvRwigMofplCnfFOSjPYCWji5OEh-jY4v8K6vqnXdKCh3safeiWt4qGMEAgooZVYWNtkoaB_qoqohrsILoiYGCGH-c1bk078ryUaAM/s1600/Metamorphosis+8+Osiris+Lambert+7.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;">Foto: Osíris Lambert</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Há também o movimento biológico constante que este corpo sofre, com diferenciações do corpo desconexo e desinformado. Nele o movimento dos estímulos e sinapses nervosas, o movimento do sangue que percorre e alimenta suas estruturas, o movimento das emoções que alteram suas ações e tantos outros movimentos corporais biológicos, passam a acontecer de forma diferenciada, já que o conhecimento destas características físicas e somáticas dá a elas uma autonomia consciente e real de suas ações.<br />
Quem, hoje dia, não tem consciência dos movimentos biológicos próprios? Com o “<i>boom</i>” do bem-estar saudável, das academias e exercícios físicos, da busca quase obsessiva pelo corpo ideal, quem não se informa sobre seu metabolismo corporal? Está aí outro benefício do nosso “oráculo virtual” Google. Ainda que este corpo continue se movimentando biologicamente nos momentos que independem de sua vontade, o conhecimento sobre eles exerce uma diferenciação.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6zLwz4fMPMTCGetqlAdXisx72MghqMnwTbHBpLwSto2vyJPFa56ZgGfc3_w1LJ7eE9uB5bttbVRMS-hHF85W8qD-muyndeqtJtBvWPnRLUBMMLKE1GSkTTwhrX9yDIcAGROb2oIgnnwg/s1600/Desenho+GuiBlanco+METAMORPHOSIS+2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6zLwz4fMPMTCGetqlAdXisx72MghqMnwTbHBpLwSto2vyJPFa56ZgGfc3_w1LJ7eE9uB5bttbVRMS-hHF85W8qD-muyndeqtJtBvWPnRLUBMMLKE1GSkTTwhrX9yDIcAGROb2oIgnnwg/s1600/Desenho+GuiBlanco+METAMORPHOSIS+2.jpg" height="136" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Desenho de Gui Blanco</td></tr>
</tbody></table>
Um corpo que propõe constantemente novos discursos ativando mediações, como é o corpo de um Modelo Vivo, com certeza se move diferentemente no meio em que vive.<br />
<br />
Seu movimento deixa de ser a consequência de um estímulo e passa a ser o próprio estímulo, que se move com pequenas pausas em direção a uma transformação, e não mais a um “lugar”.<br />
No corpo não há o que se torne imóvel e sendo assim qualquer iniciativa de imobilidade, para a observação do espectador, se torna ilusória e também passível de alterações.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPHVZ9rHDRxJrligA1tp0tMUiFOdzeibxfJLGz6j9Voli8YXO2eGBRLlgyx0iMvfiVWAY33aMFIR0oVl0nx69MSpFZKpKpbzWbgTyV61eUEhvdlB1AenZf2s0s49-Of09MpcqGnnTHUS4/s1600/Metamorphosis+LucasMarques+016.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPHVZ9rHDRxJrligA1tp0tMUiFOdzeibxfJLGz6j9Voli8YXO2eGBRLlgyx0iMvfiVWAY33aMFIR0oVl0nx69MSpFZKpKpbzWbgTyV61eUEhvdlB1AenZf2s0s49-Of09MpcqGnnTHUS4/s1600/Metamorphosis+LucasMarques+016.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: right;">Foto: Lucas Marques</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Para este corpo que é observado em pausas, onde a interferência dele sobre o universo é fundamental, o entendimento sobre imobilidade é altamente modificado. Nos dias atuais, sequer aqueles com problemas de mobilidade deixam de se mover. Mover-se é o objeto de busca da manutenção da vida.<br />
<br />
Há sem dúvida a necessidade de pararmos muitas vezes para compreendermos e estudarmos coisas relacionadas ao viver, porém estas pausas já não são também mais as mesmas. Quando se para num determinado momento, a continuidade dos movimentos internos é cada vez mais intensa e verdadeira. E quando um artista, por exemplo, observa o corpo ilusoriamente imóvel de seu modelo como “objeto” de estudo, a ilusão causada de que este corpo está parado é determinante e estimulante na proposição de sua arte.<br />
<div style="text-align: left;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSucZfz1oY_aQkcEq-R7mAyN-8RqfGrE8lor5JvD_AANAgORZGkQ7lkSAVRR5mdaiKre5uk058CKMrNhWQFc7V-SHbk7aoaMV09mDRKWNTJBwHJBrYNNN6yxRBZAqGssPZu92sjsnQdx0/s1600/Desenho+SESCRP+METAMORPHOSIS+1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSucZfz1oY_aQkcEq-R7mAyN-8RqfGrE8lor5JvD_AANAgORZGkQ7lkSAVRR5mdaiKre5uk058CKMrNhWQFc7V-SHbk7aoaMV09mDRKWNTJBwHJBrYNNN6yxRBZAqGssPZu92sjsnQdx0/s1600/Desenho+SESCRP+METAMORPHOSIS+1.jpg" height="221" width="320" /></a>Ao meu entendimento, o corpo modelo observado pode estar num estado ilusoriamente imóvel de forma ativa, quando continua propondo mediações, e de forma passiva, quando ainda propondo mediações passa apenas a não demostrar suas alterações ao observador. No trabalho realizado pelo observado, quando parado e objeto de observação, a imobilidade não acontece.<br />
<br />
Especificamente falando sobre o Modelo Vivo, que se coloca “imóvel” diante de um artista, o que está em movimento antes da pose alcançada é a sua mente, seu corpo, suas sensações e emoções, suas expressões, a energia reverberada por seu corpo no espaço e retornada a ele, além da própria observação da pessoa que espreita seu momento de “imobilidade” para então registrá-la através de sua mídia. Movem-se também as expectativas do artista sobre o corpo do modelo.<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLWBeUHkfglmXQDiWn1nEj2r8urXE9QsuEi_bFa82NlctHzyJAHNw4lfAvX7J1IoAOnIr1HyW_3sOdU-e2kodc1vaIidFLKM2mzDy44H3X5dqIj-PHC5PcK7kCfO3_aSl6C1uhRFqnnUI/s1600/Desenho+FilipeRios+METAMORPHOSIS+4.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjLWBeUHkfglmXQDiWn1nEj2r8urXE9QsuEi_bFa82NlctHzyJAHNw4lfAvX7J1IoAOnIr1HyW_3sOdU-e2kodc1vaIidFLKM2mzDy44H3X5dqIj-PHC5PcK7kCfO3_aSl6C1uhRFqnnUI/s1600/Desenho+FilipeRios+METAMORPHOSIS+4.jpg" height="204" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Desenho Filipe Rios</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Quando este modelo se coloca numa pose, o corpo ainda que imóvel, continua biologicamente se movimentando e todos os outros fatores internos e externos, acima mencionados, continuam se movendo junto. Talvez o único fator que realmente se imobilize numa pose é a expressão, quando ela existe, por que deve ser mantida durante aquela pausa.<br />
<br />
Por isso a imobilidade tem que ser também compreendida e considerada de uma forma mais complexa e dinâmica pelos artistas que observam o corpo do modelo, para que então possam, com maior ciência, produzir sua arte cheia de movimentos e propagações constantes.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1NRBLXh7s6ryoOvOF5fuBZeLhMB2Rp0Eqq-QrPC5bb2q1vumoWkCtwkK4rXuf84nK9St9kmzdmHHNn_Ck3zPOn7sT2nkOzEyYEQ0NxEqUpImqCH5NmEkVQYfCOoHaaLTjfUHwhFhKMNM/s1600/Metamorphosis+LucasMarques+021.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1NRBLXh7s6ryoOvOF5fuBZeLhMB2Rp0Eqq-QrPC5bb2q1vumoWkCtwkK4rXuf84nK9St9kmzdmHHNn_Ck3zPOn7sT2nkOzEyYEQ0NxEqUpImqCH5NmEkVQYfCOoHaaLTjfUHwhFhKMNM/s1600/Metamorphosis+LucasMarques+021.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Lucas Marques</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: left;">
</div>
Isso é importante não só pra quem realiza alguma atividade artística, como desenhar, fotografar e também interpretar personagens no palco ou dançar, mas para qualquer pessoa que tenha ou necessite o mínimo de sensibilidade para tratar com o outro, de relações profissionais às pessoais.<br />
<br />
Pois se você tem consciência de que no outro, além de você, nada está parado ou estático e que sentimentos, intenções, conhecimento, vontades, estão sempre se movendo e evoluindo juntamente com a própria necessidade que o corpo tem de se mover, talvez então comece a compreender e respeitar as diferenças que estão por aí, aceitar que ninguém é igual a ninguém e que os pensamentos e verdades do outro não são os seus e nunca poderão ser, pois cada um tem o seu movimento particular e peculiar, em forma e velocidade distintas, e também que nada no universo para, pois as coisas, independentes de nós, têm seu movimento próprio. E necessitamos conviver com todos eles.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjis-rcUGsOfUGIBsZqpZb-_S0NaraLWV8d7RsDq8S_8Hxqg36vnjepVOt89erLQk4F0xqUpFTEzdglyTcvrBvTpkaBWnp8aFtxGuNGZ2TCrLF6OgqJA0UviHeW0xf6N7wJzGVf4HOsjP4/s1600/Metamorphosis+8+Eva+Bella+25.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjis-rcUGsOfUGIBsZqpZb-_S0NaraLWV8d7RsDq8S_8Hxqg36vnjepVOt89erLQk4F0xqUpFTEzdglyTcvrBvTpkaBWnp8aFtxGuNGZ2TCrLF6OgqJA0UviHeW0xf6N7wJzGVf4HOsjP4/s1600/Metamorphosis+8+Eva+Bella+25.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="font-size: 13px;">Foto: Eva Bella</td></tr>
</tbody></table>
<div style="text-align: right;">
</div>
<br />
É por isso que não há tempo para espera de objetivos, de presentes “caídos do céu”, de oportunidades mirabolantes, de momentos propícios para a verdade.<br />
<br />
Não há espaço para estagnações de atitudes, de pensamentos, de conceitos. Não há segundos para pré-conceitos, superficialidades e coisas aprendidas de forma errada. Por que o movimento acontece, ainda que não pareça.<br />
<br />
Não há pose inteiramente imóvel, mesmo que o corpo pareça imóvel. Não há imobilidade total. Só há pausas, curtas ou longas, para que possamos rever nossos modos e conceitos e aprender com nossas observações. E é para isso também que ali estamos nós Modelos Vivos.<br />
<br />
<i><span style="color: orange;">(Fotos e desenhos da série de Performances <b>METAMORPHOSIS Corpo em Transformações</b>, realizada no Centro Cultural São Paulo e SESC, de Dezembro de 2013 a Março de 2014 -</span> <a href="http://www.youtube.com/playlist?list=PLf4k_omzGe6YfnCJUzD1nTuVvoq2WhOvi" target="_blank">assista aos vídeos no YouTube</a><span style="color: orange;">.)</span></i>Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-53615609348419422702014-07-05T10:01:00.001-07:002014-07-05T10:01:41.863-07:00Erotismo<i><span style="color: magenta; font-size: x-small;"><a href="https://www.youtube.com/watch?v=QqdEIrYGR6s" target="_blank">(Clique aqui para aumentar seu prazer em ler, deixe tocando enquanto segue.)</a></span></i><br />
<i>“Nenhum nu, ainda que abstrato, deve deixar de despertar no espectador algum vestígio de sentimento erótico, ainda que seja uma leve sombra – e se ele não o faz, então trata-se de arte ruim e de falsas morais.” (Kenneth Clark, Historiador de Arte)</i><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7X0Oi3FRdDhEVagVv4It6IlX2i3g9tVBPjFCDO8qjMUFKibJXgerSCfT_GMOniU1rHxvsc6xVU-ajieHtbFh4g7RNm2yuw4mt5vmdzuvnhyhCrUALdLKapwyhE8DofnI_0CKzb_j7D0/s1600/DSC01844.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiW7X0Oi3FRdDhEVagVv4It6IlX2i3g9tVBPjFCDO8qjMUFKibJXgerSCfT_GMOniU1rHxvsc6xVU-ajieHtbFh4g7RNm2yuw4mt5vmdzuvnhyhCrUALdLKapwyhE8DofnI_0CKzb_j7D0/s1600/DSC01844.jpg" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Maria Pacca, aula sobre Arte & Erotismo</td></tr>
</tbody></table>
Erotismo. Quem nunca se envolveu por esta representação do desejo, sexual ou não, que pare agora a leitura. Sim, eu vou falar dele já que a nudez, por um dos caminhos que direciona, sempre desperta a excitação. Sua derivação da palavra grega Eros, cuja definição <i>"atração para a perfeição e integralidade"</i> prefiro mais, nos remete na mesma hora ao mundo do impossível, idealizado, inatingível, perfeito e inteiro, e por isso, a tão forte relação com a nudez e com o sexo. Convenhamos, gozar é finalmente acabar com o desejo, é concretizar tudo aquilo que esperamos e aspiramos do/no corpo do outro. Sendo assim o sexo é fato consumado. Já o erotismo, humm....o erotismo....risos....pode ser tudo o que vem antes, sem a menor sombra de dúvida, ele é o recheio deste bolo que se feito com qualidade, com certeza propiciará o deleite dos dignos advindos do próprio deus grego Eros.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv8UOAflDGOP5cm-AilfG1G0nOX4hn-aa06nHKWERkC9D4lAnM7ALr5IHEPMGkSA-XIubWbnkJVH0FhSQxvjPvnTxLNot9gvk85dnGUDNsxiYW3vpRlwbC_O_umKlPVA5FnQksUfY-3eY/s1600/DSC01783.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv8UOAflDGOP5cm-AilfG1G0nOX4hn-aa06nHKWERkC9D4lAnM7ALr5IHEPMGkSA-XIubWbnkJVH0FhSQxvjPvnTxLNot9gvk85dnGUDNsxiYW3vpRlwbC_O_umKlPVA5FnQksUfY-3eY/s1600/DSC01783.jpg" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Maria Pacca</td></tr>
</tbody></table>
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Ele se manifesta através da sexualidade, sim, ok, mas que tal transpormos este prazer (ou pelo menos a busca dele) para outras áreas do dia a dia? Como por exemplo, com a mesma sensação de prazer, realizar o trabalho que ama, com o mesmo brilho, com a mesma gana, sim, com o mesmo tesão. Ou então, com a mesma vontade despertada por ele, passional e também física (por que não), dizer que ama, demonstrar essa ânsia, mostrar que está apaixonado, presentear alguém, passear num parque olhando a natureza com o mesmo tesão de vida que tem quando treme pelo sexo ideal.<br />
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É simples, tem que transpor as sensações físicas que o corpo demonstra enquanto é sexualmente desperto, quando, por exemplo, olha pra uma imagem que lhe instigue eroticamente, para as demais vontades da vida. Vocês devem estar pensando que sou um lascivo e que ando por aí olhando as árvores e me excitando, mas não.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4KW4VuUESSdk1UdcKGwyO1vV00DnosrXqFMwnT0zdEVd1d3M0cpmVmUS4KMvjqUDpboMjnLmSRH4AKlPnkzEGf-fMOE5dTE2NzFCQswwAvDycnUje_385RiBvN5gqjXYDm0NSEzewShc/s1600/6.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4KW4VuUESSdk1UdcKGwyO1vV00DnosrXqFMwnT0zdEVd1d3M0cpmVmUS4KMvjqUDpboMjnLmSRH4AKlPnkzEGf-fMOE5dTE2NzFCQswwAvDycnUje_385RiBvN5gqjXYDm0NSEzewShc/s1600/6.jpg" height="320" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriella Teodozio</td></tr>
</tbody></table>
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Falo é da delícia que é viver, fazer o que gosta, provocar o bem e a alegria nas pessoas, e que a atração faz parte desse prazer. O erótico a que me refiro não é somente aquele que lhe instigará transar, mas principalmente aquele que lhe justificará viver. Experimente hoje cozinhar, que seja, com o mesmo tesão com que deseja alguém e sirva à esposa, aos amigos, ao namorado, enfim, entenderá o que digo.<br />
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É neste ponto, desejo <i>versus </i>vida, que o erotismo converge na Arte. Nela, ele lhe faz pensar desejosamente e, também por isso, tão necessário. Quando desejamos, a busca é consequente e fazer, o resultado. Quando o mestre historiador inglês, <i>sir </i>Clark, pontua como ruim a arte que não desperta este sentimento é provavelmente deste arbítrio e de todos os prazeres que ele pressupõe a que ele se refere. E o nu é o que faz isso, o nu tem esta propriedade, graças a Deus (simmmmm a Deus)!!!!<br />
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Há no erótico um monte de cobiça, sem dúvida, porém desvincule o objeto sexual dela e encontrará tantas outras formas de prazer. Mas é claro que, sem hipocrisia nenhuma, essa concupiscência da carne, essa lascívia, faz parte e, por favor, que continue sempre existindo; e ainda espero pelo dia em que nossa visão sobre o sexo deixe de ser este monstro arguidor, meticulosamente instaurado pela igreja. E o engraçado é que, paradoxalmente instaurado né?! É na Arte religiosa que moram as obras mais eróticas da história, pesquisem no Google pra vocês verem. Será mesmo só uma coincidência?</div>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxBIVR5zQzorDZ_XsrZM_E8luHkOqTjwEeVlXYHVZitl7Fhqwxdfy-7CNhtQ8-CLYpJA-MRhjfgvDxGxZTWFjulURlyPQ6n0GUd_oSunEJnLXjnr2cwjqj-wOYojXoWul0FnL9ezuADBE/s1600/4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxBIVR5zQzorDZ_XsrZM_E8luHkOqTjwEeVlXYHVZitl7Fhqwxdfy-7CNhtQ8-CLYpJA-MRhjfgvDxGxZTWFjulURlyPQ6n0GUd_oSunEJnLXjnr2cwjqj-wOYojXoWul0FnL9ezuADBE/s1600/4.jpg" height="211" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriella Teodozio</td></tr>
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHTHpGrjVKTvxYXmo_IBH1hnM_PhEJgpOxO6EVfgv51Bh08Wb633ST8QwTcpzx71uKKBy7I_netVbprDBE2xXZ6WUE9cSOmGD2F_touEeMhbqIQfXhzXJUIXdjZZEy9UQbwPBwGdxEtA/s1600/2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsHTHpGrjVKTvxYXmo_IBH1hnM_PhEJgpOxO6EVfgv51Bh08Wb633ST8QwTcpzx71uKKBy7I_netVbprDBE2xXZ6WUE9cSOmGD2F_touEeMhbqIQfXhzXJUIXdjZZEy9UQbwPBwGdxEtA/s1600/2.jpg" height="227" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriella Teodozio</td></tr>
</tbody></table>
Então existe sim o teor erótico no trabalho que realizo e creio também que no dos demais modelos. Lido com ele da mesma forma com que proponho esta reflexão: com PRAZER! Muitos me perguntam o que eu faço quando percebo alguém me desejando enquanto me desenha.<br />
<br />
Poxa, o que mais posso fazer senão ficar feliz? Isso me mostra que estou fazendo meu trabalho direito. A partir daí reverto esta felicidade em estímulos de novas significações e procuro dizer, de um jeito improvisado, que usem este desejo em seus traços, em suas pinceladas, depositem esse desejo nos movimentos de seus braços e todo o corpo enquanto me representam, que transponham a vontade de transar comigo para a argila ou para a ocular de sua máquina fotográfica, que com certeza o resultado será surpreendente. Volto a dizer, quando a gente faz as coisas com tesão o resultado é muito melhor.<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_ClrOY-br7OhnAB5VEPTuEFdZ_xv0QpOgO_h0BiOKZlarHXtjlvzYMXUOSuPjG6r-NxwLarIYbYaXru7OX6-2JNlm-ZvQ4kAGoc_QCmX4vPCPTVX33ODMSM7QcAZ2qDoNH8_MyT5cr8/s1600/3.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiK_ClrOY-br7OhnAB5VEPTuEFdZ_xv0QpOgO_h0BiOKZlarHXtjlvzYMXUOSuPjG6r-NxwLarIYbYaXru7OX6-2JNlm-ZvQ4kAGoc_QCmX4vPCPTVX33ODMSM7QcAZ2qDoNH8_MyT5cr8/s1600/3.jpg" height="211" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriella Teodozio</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHwcuLdb83dn1Drgy-y2SgvSRD9sKjIGZUxhvfFvlvV6Lg-RFu-Y0WCBDzuVMfmlPWVoRwjJjvQhElwQ_JBK5whuv8DSfWzd7DP9b1i4qjKx_DApNqsOLC866xnhjhGkb8gAIPjQYwno/s1600/DSC01813.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrHwcuLdb83dn1Drgy-y2SgvSRD9sKjIGZUxhvfFvlvV6Lg-RFu-Y0WCBDzuVMfmlPWVoRwjJjvQhElwQ_JBK5whuv8DSfWzd7DP9b1i4qjKx_DApNqsOLC866xnhjhGkb8gAIPjQYwno/s1600/DSC01813.jpg" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Maria Pacca</td></tr>
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Por isso sempre digo que os artistas serão sempre aqueles que estarão mais à frente nas reflexões humanas, pois trabalhamos e produzimos aquilo que possibilita o mundo conhecer outras, novas e infinitas realidades. “<i>Bora</i>” gozar a vida?<br />
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<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1DURO0ooKVC8izoo8gppkblCl8r0e_MzKEr80ehsV_23gxdJK3Erpi0VqI8KQG0VrHfGMO-oWsCbkNnx0R_8yOO67f5DNGEBg1GPlbb2O2FbFsRon0sObpgGRYDugV5PWfcmB0Juh5Q/s1600/7.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL1DURO0ooKVC8izoo8gppkblCl8r0e_MzKEr80ehsV_23gxdJK3Erpi0VqI8KQG0VrHfGMO-oWsCbkNnx0R_8yOO67f5DNGEBg1GPlbb2O2FbFsRon0sObpgGRYDugV5PWfcmB0Juh5Q/s1600/7.jpg" height="320" width="211" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriella Teodozio</td></tr>
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<i>*** O curso de Arte & Erotismo é ministrado pela artista plástica Maria Pacca e tem a minha contribuição. Para mais informações, por favor, direcionem e-mail para <a href="mailto:julianohollivier@ig.com.br" target="_blank">julianohollivier@ig.com.br</a>.</i></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-5180703919031463912014-06-25T18:33:00.001-07:002014-06-25T18:33:19.378-07:00Fadado ao Término?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIzjYednI0qS6IxioQ6iXr3kXlNnlSlv3L_lE1ALYa8zXPZVLg2DRTNYIs1di6jREkmq8SAHKn1RdOzEU9hi9hyphenhyphenJ_dvmwy_ha2mxdXg1O2vb738rn4A3yxG74leOhDKB9aap09pWwrEMg/s1600/0.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIzjYednI0qS6IxioQ6iXr3kXlNnlSlv3L_lE1ALYa8zXPZVLg2DRTNYIs1di6jREkmq8SAHKn1RdOzEU9hi9hyphenhyphenJ_dvmwy_ha2mxdXg1O2vb738rn4A3yxG74leOhDKB9aap09pWwrEMg/s1600/0.JPG" height="320" width="230" /></a>Tenho notado nos últimos anos que nosso trabalho vem diminuindo lentamente. Vejo as escolas de desenho, os ateliês particulares e as universidades de artes plásticas, arquitetura, fotografia, design e moda, nos contratando cada vez menos em suas aulas. Temos participado, ano a ano, de forma mais rarefeita no cenário educacional da arte. Sobre a importância de nossa participação como modelos vivos na educação e ensino artísticos, creio que preciso publicar um texto dedicado a este assunto, porém agora me devo ater somente ao fato de que estamos trabalhando cada vez menos, o que me instiga a escrever a respeito para levantar questionamentos sobre os motivos desta baixa. E não serei hipócrita em dizer que apenas a educação artística e o próprio fazer artístico estão perdendo qualidade, mas também tenho que dizer que o pouco trabalho que acontece, quando acontece, vejo sendo feito “às coxas”.<br />
<br />
Há uma diminuição notável das oportunidades de trabalho para o modelo vivo nos dias de hoje. Muitas questões enchem minha cabeça: O que está deixando de existir? O interesse pela arte? Não acredito, pois vejo todos os anos novas turmas cheias de alunos abarrotando as faculdades públicas e privadas; vejo também abarrotadas as oficinas gratuitas de desenho com modelo vivo. Falta de verba nas instituições, para oferecerem mais qualidade ao ensino? Também não, pois as mensalidades estão sempre cada vez mais astronômicas e, repetindo, sempre mais e mais alunos ingressando os cursos. Falta de conhecimento dos proponentes, coordenadores, diretores, professores e reitores dos cursos de arte, no que se refere à importância da observação da figura humana nas aulas de desenho? Talvez.<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJr-Ovwf7X2seS9k0DYFni7prurCAJePuqJNW-cLOYWGMSU31ZoY7qEkiiIx_83aMMD5U14FHSRcqa6UVqu60-XE18TfhmjkGXF4OVYRljBq-GElq3POy5DabCg5hl9owReI8CCJRXnx0/s1600/2.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJr-Ovwf7X2seS9k0DYFni7prurCAJePuqJNW-cLOYWGMSU31ZoY7qEkiiIx_83aMMD5U14FHSRcqa6UVqu60-XE18TfhmjkGXF4OVYRljBq-GElq3POy5DabCg5hl9owReI8CCJRXnx0/s1600/2.JPG" height="240" width="320" /></a><br />
Vamos aos fatos. Em 2009, 2010 e 2011 cheguei a trabalhar como modelo vivo, por exemplo, numa universidade particular de São Paulo, de três a quatro vezes por semana durante todo o ano. Éramos em média oito modelos que assinávamos a grade mensal de aulas práticas nesta faculdade. Requisitavam-nos para posar nas aulas dos cursos de arquitetura, artes plásticas e moda através de uma distribuição prévia feita pelos professores, que nos contratavam sempre com muita antecedência, devido a pouca quantidade de profissionais. Não queriam “correr o risco” de não nos terem em suas aulas, caso fôssemos chamados por outras universidades. Existia mais oferta de trabalho do que pessoas trabalhando na área. Em 2014, até a data de hoje, trabalhei nesta mesma universidade por apenas três vezes. E assim foi com demais colegas que, também como eu, desempenhavam um trabalho assíduo na instituição.<br />
<br />
Nos anos de 2010, 11 e 12, também exercia meu ofício em uma universidade pública como contratado sempre por quatro meses no primeiro semestre e quatro meses no segundo, com total máximo de horas/aula permitidas dentro da instituição. Em 2013 a prestação de serviços se reduziu para apenas o segundo semestre e em 2014, já soube que acontecerá por apenas quinze dias e não mais por quatro meses. Noutra faculdade particular de Moda em São Paulo, já fui chamado para posar nos anos de 2011 e 2012 em aulas fixas que aconteciam duas vezes por semana durante o ano todo e que hoje se resumiram a apenas uma única aula optativa em todo o ano letivo. Estas aulas todas consideravam participação, frequência, valiam nota e ao final dos períodos aconteciam provas e avaliações. Os alunos que não aprendiam a desenhar a figura humana repetiam o ano. Hoje em dia, as poucas aulas que restam, estão se tornando “optativas”.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWcu9Y4WwFlAC-xQrEoSOYg1lCBaaAOccB1B_QrwMSQFzmGU7D2yBopmQULE57QUYRABwkAckFc1sXnriE957jqF-uVQiWhZ-D7_-mDDVTO_zRz73HmmtsAO7OeNGpl9-Nj_gL4Oj0so8/s1600/3.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWcu9Y4WwFlAC-xQrEoSOYg1lCBaaAOccB1B_QrwMSQFzmGU7D2yBopmQULE57QUYRABwkAckFc1sXnriE957jqF-uVQiWhZ-D7_-mDDVTO_zRz73HmmtsAO7OeNGpl9-Nj_gL4Oj0so8/s1600/3.JPG" height="320" width="250" /></a><br />
Participei de 2009 a 2013 de um grande evento de desenho e fotografia do corpo num renomado museu de arte de São Paulo e acabo de receber a mensagem negativa da continuidade do programa para este ano. O que aconteceu? O que está acontecendo com nossas aulas tão importantes da observação do corpo e das infinitas proposições que oferecemos através dele?<br />
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Creio verdadeiramente que é um misto de coisas. Não se trata só do não entendimento de nossa importância para o estudo, daqueles que propõem os cursos nas faculdades, os “estrategistas” da educação que muitas vezes visam formar “curadores de arte” e não artistas, ou então reduzem ao máximo o trabalho manual dos estudantes a fim de conter custos e aumentarem seus lucros. Não se trata apenas do desconhecimento sobre o que fazemos nós, modelos vivos, em suas instituições de ensino em cursos como os de artes plásticas, arquitetura, fotografia, design e moda, não é só isso. As justificativas dadas são sempre as mais óbvias, como diminuição de <i>budget </i>(?), menor participação dos alunos (?) e novas diretrizes do “moderno” ensino de arte (!!! Talvez a única verdadeira!!!).<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5qTu5iRmZkYo0IRTi1D7tirXqiOOAd-43aY-F3RY1M5QkSGMQvArBIve2xywN3JSnVWuSRv8j4_TS04AUQZoAEWW9jAm2XFUMkaTvEoWTHK78BZQUlYByJ9Dg3xzG7WB1eCXUzyU2h_g/s1600/4.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5qTu5iRmZkYo0IRTi1D7tirXqiOOAd-43aY-F3RY1M5QkSGMQvArBIve2xywN3JSnVWuSRv8j4_TS04AUQZoAEWW9jAm2XFUMkaTvEoWTHK78BZQUlYByJ9Dg3xzG7WB1eCXUzyU2h_g/s1600/4.JPG" height="240" width="320" /></a>Considerando que o gasto de uma instituição de ensino com seu material humano (professores, coordenadores e demais recursos envolvidos, incluindo nós modelos) é planejado anual ou semestralmente e, determinada a necessidade da existência das aulas de observação, este valor é certamente repassado às mensalidades finais pagas pelos alunos, e no caso das públicas, coberto pelas verbas estaduais/federais de ensino resultantes de nossos impostos, o motivo financeiro não se justifica.<br />
<br />
Sobre a questão da participação do aluno, diminuir a quantidade de aulas ou a existência delas por que eles não conseguem acompanhá-las é realmente um assunto crítico, pois não se pode comprometer a qualidade do ensino e consequente incapacitação de profissionais por que uma determinada quantia de pessoas não está apta a acompanhar as aulas. Não é essa a função do ensino? A de ensiná-las e prepará-las? Se todos já soubessem fazer, não seria preciso aprender!<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijDM8HfS96fTLiAYWrURwB_GvWHkAD3JA8bO9Wm21AxqgB_ZbUUjoJE_5ITwmFN5inYSSmdoOEw1_Y24E6VUmsW4eipCvkWr2BsLiY8yUoI7tdM0rYodvpfogS2a-oZXmAsKmccwBhnGQ/s1600/1.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijDM8HfS96fTLiAYWrURwB_GvWHkAD3JA8bO9Wm21AxqgB_ZbUUjoJE_5ITwmFN5inYSSmdoOEw1_Y24E6VUmsW4eipCvkWr2BsLiY8yUoI7tdM0rYodvpfogS2a-oZXmAsKmccwBhnGQ/s1600/1.JPG" height="240" width="320" /></a>Que moradias estaremos habitando futuramente, por exemplo, se nossos futuros arquitetos não souberem compreender a máxima do corpo humano, representando-a de forma coerente, proporcional e coesa com o que precisamos?<br />
<br />
Que tipos de cadeiras ou sofás, outro exemplo, estarão comprometendo nossa postura e saúde enquanto sentarmos por aí nos móveis futuramente projetados por estes novos designers que sequer tiveram uma aula de observação da figura humana, para poder entender sua estrutura e criar objetos que sejam condizentes com a realidade do corpo?<br />
Quais outros padrões de beleza serão replicados para massificar a vestimenta das pessoas, se os futuros estilistas de moda não souberem mais desenhar o corpo, pois não tiveram uma aula sequer de desenho conosco? Que roupas estarão criando? Para vestir quem? Seus modelos predeterminados pelas regras da moda? Que tamanhos de vestimentas saberão construir? Os dos padrões P, M, G?? Como criarão “roupas sustentáveis” se não pararam um dia sequer para observar com atenção o seu principal cliente: o ser humano? Sem falar nas decorrentes consequências da replicação de padrões que sequer imaginamos, como por exemplo, os transtornos alimentares e cirúrgicos que muitas mulheres sofrem simplesmente por não “se adequarem” aos atuais padrões de tamanhos replicados na moda.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwQ3rJeTHgZnzYNOjc7tosYM-mpF-fZsxu56VDWsBCWS72GFT0sO7Clj-6EIVRZo2kER7AwyFat5-FOiYmnt8O4SHjGA_tKA_3JIDZJmi7xpH2VzpTNzAJxFGF7AOoNMMiHv8HBA5QnuY/s1600/5.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwQ3rJeTHgZnzYNOjc7tosYM-mpF-fZsxu56VDWsBCWS72GFT0sO7Clj-6EIVRZo2kER7AwyFat5-FOiYmnt8O4SHjGA_tKA_3JIDZJmi7xpH2VzpTNzAJxFGF7AOoNMMiHv8HBA5QnuY/s1600/5.JPG" height="240" width="320" /></a>Claro que tudo isso é uma exaltação de consequências generalizadas, mas são consequências de um ensino de arte desqualificado. Também não quero aqui estacar a bandeira “viva modelo vivo” por que não é brincadeira este assunto, mas quero apenas que as pessoas que ainda estiverem lendo este texto se atentem para a importância de nosso ofício e promovam e cobrem das instituições a existência de aulas de observação com modelos vivos profissionais.<br />
<br />
Voltando às justificativas comumente dadas, talvez a única que se adeque à realidade é a das diretrizes novas do ensino da Arte. Vê-se hoje em dia menos “mão na massa”, menos aulas práticas, menos gente pendurada nas salas de aula fazendo arte e muito mais pessoas debruçadas nos computadores, adquirindo conceitos para a produção de uma arte apenas conceitual. Desta forma, como caminha, é só arte conceitual que conseguirão fazer. Não sei sinceramente o que é pior, risos, se sentar na tal cadeira do futuro fodendo minha coluna ou então ter de visitar virtualmente, provavelmente mal acomodado num sofá daqueles, as exposições de arte conceitual. Não é tão difícil prever.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMbL6jfSpCem-Tf-pFEco1gxZVGLkYAiDCfWNIkVUjmz8_4o9pFyUbk91OONcFXyGCnm2B2MTEY-dSjUoHb3-duSTNXVUGMl3qTgs3Ui3mhTZDDTBGHxEzXxsQ9Ou7KKB9M2xgmFLSkQ/s1600/7.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhiMbL6jfSpCem-Tf-pFEco1gxZVGLkYAiDCfWNIkVUjmz8_4o9pFyUbk91OONcFXyGCnm2B2MTEY-dSjUoHb3-duSTNXVUGMl3qTgs3Ui3mhTZDDTBGHxEzXxsQ9Ou7KKB9M2xgmFLSkQ/s1600/7.JPG" height="320" width="240" /></a><br />
Se o intuito dessas novas estratégias é o de “fabricar” artistas que só pensam, e não realizam, seus conceitos, o que teremos como matéria? O que teremos como obra? Curadoria artística não existe sem artistas e muito menos sem suas obras. Vamos consumir o que da arte? Replicações constantes? Releituras de <i>rereleituras</i>? Socorro!!!! Talvez seja preciso, que nós consumidores do ensino, exijamos e pratiquemos a tal qualidade para não abandonarmos o barco que aportamos quando decidimos ser artistas.<br />
<br />
Aproveitando a metáfora do barco, assumo aqui minha parcela de culpa nesta diminuição de oportunidades de trabalho, não como modelo, pois acredito na minha capacitação artística e no trabalho que desenvolvo, nem como Juliano, mas unicamente por fazer parte de uma pequena (quase microscópica) parcela de pessoas que expõe a própria nudez para que tenhamos artistas mais capazes. Se não temos mais tantas oportunidades de trabalho assim como antigamente, nem tão antigamente assim, é também culpa nossa.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmTN1Hi27hzJ4VPsZ8q4H2BLHZoaryEwIe-0XzPghoMxx5KIBsL6PNmwnlz3Bo4fbzzKjmdGxg8vjBDhG-AuFS1NuIDMtFazxiPd6dH55EQ_GDfqqY5oo_zB5RZiWjTkW245Va4fsUKy4/s1600/6.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmTN1Hi27hzJ4VPsZ8q4H2BLHZoaryEwIe-0XzPghoMxx5KIBsL6PNmwnlz3Bo4fbzzKjmdGxg8vjBDhG-AuFS1NuIDMtFazxiPd6dH55EQ_GDfqqY5oo_zB5RZiWjTkW245Va4fsUKy4/s1600/6.JPG" height="240" width="320" /></a>Culpa dos modelos que infelizmente acham que realmente é só ficarem pelados e parados “<a href="http://www.modelosvivos.blogspot.com.br/2014/06/ganhando-um-troco.html" target="_blank">ganhando seu troco</a>”, que não são capazes de propor nada além de sua <i>peladice</i>, que não promovem a mediação entre o que pensam, o que sentem, o que acham do mundo, o que esperam dele e a arte que os alunos/artistas estão ali para fazer.<br />
Culpa de nós modelos que não chegamos no horário marcado, ou por que o trânsito engarrafou ou por que o ônibus quebrou, culpa de nós modelos que atrasamos uma aula e deixamos cinquenta, as vezes sessenta, pessoas nos esperando (já vi acontecer de 380 alunos esperarem ao mesmo tempo o modelo atrasado chegar), culpa de nós modelos que chegamos “esbaforidos” da correria do dia a dia para posar nas aulas sem o menor preparo do que dizer com o corpo ou do que propor aos observadores.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfN-_wf-qjXE8wyslBr3tqHJ-vkNL9qhPoQMbsAn-CwOfvbdvPtzq1zW-PHh_6uaagndhMTD3uhhwCFwvfk6YpggAO5RkXsYRVxVbritUQ28vl4sjRbepRnlVztDw6LNeXqituEN88qOQ/s1600/8.JPG" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfN-_wf-qjXE8wyslBr3tqHJ-vkNL9qhPoQMbsAn-CwOfvbdvPtzq1zW-PHh_6uaagndhMTD3uhhwCFwvfk6YpggAO5RkXsYRVxVbritUQ28vl4sjRbepRnlVztDw6LNeXqituEN88qOQ/s1600/8.JPG" height="240" width="320" /></a>Se a quantidade de aulas vem diminuindo, é também culpa nossa que não fizemos até hoje dessas aulas as melhores aulas da vida destes alunos. Culpa nossa por não praticar o respeito para merecermos ser respeitados, culpa nossa por chegarmos sempre com a mesma cara cansada e sem nenhuma proposta de inovação à aula, por simplesmente tirarmos a roupa e nos apoiarmos na imobilidade, vestindo-nos do “eu tô fazendo a minha parte e basta”. Culpa nossa por não insistir no uso de uma música qualquer, por exemplo, para melhorar a aula e fazer com que os alunos se desprendam mais facilmente dos medos da nudez e foquem na observação. Culpa nossa por não estudarmos diferentes formas de dizer as coisas com nosso corpo, e sempre nos colocarmos naquela postura “meia boca” do contraposto “<i>davinciano</i>”.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGqyEF_3kbr_hBfdUU1zQkfbykjNZofSrjVf0Xmq2liSbF-dcu4YRbXwkBI6PgvxvisCIvAK-ONE5hZoVN-gBOmlwyaB-_OcAE40rVWyVOXUBPjycYcHXPrXKWAwX0q2kJJJGiNyAcJWM/s1600/9.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGqyEF_3kbr_hBfdUU1zQkfbykjNZofSrjVf0Xmq2liSbF-dcu4YRbXwkBI6PgvxvisCIvAK-ONE5hZoVN-gBOmlwyaB-_OcAE40rVWyVOXUBPjycYcHXPrXKWAwX0q2kJJJGiNyAcJWM/s1600/9.JPG" height="240" width="320" /></a>É culpa nossa por não trabalharmos de forma atualizada e em sintonia com a realidade de hoje, para propormos algumas quebras e melhoras. É nossa culpa não conseguirmos fazer com que as aulas de modelo vivo sejam tão desejadas que não se possa pensar num curso de arte qualquer sem a existência delas.<br />
<br />
É por isso que escrevo para que, não só os alunos e estudantes de arte, mas também os professores e principalmente os próprios modelos que se propõem ao trabalho possam refletir sobre COMO estamos fazendo este trabalho.<br />
Ele tem sido diferente a cada dia? Ele tem sido inesquecível a cada momento? Ele tem modificado a forma de ver das pessoas? Se a resposta for não para qualquer uma destas questões, então ele não está sendo feito direito. E se assim for, mude de postura ou de profissão, para que possamos recuperar o exercício da importância deste ofício.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Gb3Vl5I0BibZef40PpbqwlbmgC2lrDtyFRae9Ktc1goXSq2ms5gvRIhFF7oXImGD5FKk8kYSYIBSPjqFHaFhHzJeDE89SIVSO_pD6FCzunCCvPnJWmSCOZ9_H9jxhDFKO3n9QWBOCnA/s1600/10.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4Gb3Vl5I0BibZef40PpbqwlbmgC2lrDtyFRae9Ktc1goXSq2ms5gvRIhFF7oXImGD5FKk8kYSYIBSPjqFHaFhHzJeDE89SIVSO_pD6FCzunCCvPnJWmSCOZ9_H9jxhDFKO3n9QWBOCnA/s1600/10.JPG" height="320" width="240" /></a></div>
<i>*** Fotos das aulas costumeiras e ainda existentes, ministradas sempre com tanta maestria pelo professor Feres Khoury, no curso de </i>Arquitetura da USP<i>.</i><br />
<br />
<br />
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<div>
<br /></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-14193976821796050652014-06-17T18:31:00.001-07:002014-06-17T18:36:45.379-07:00Pelados<div class="MsoNormal">
Nus e pelados, qual a diferença?<br />
Pelado <b><i>adj (particípio do verbo pelar)</i></b>: A que se tirou a pele ou o pelo, sem pelo; pobre, sem dinheiro.<br />
Nu <b><i>adj (lat nudu)</i></b>: Despido; descoberto; desfolhado; desguarnecido; desarmado; sincero, não vestido.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFSXRK2za1KKZhF6nPhuGm3NyzE1zyy5Yc513x5waDEbJixpkndb06vccDYhwUBTAEiGL6tIBkW09__MgiWQixlUta659jPumNBKbvER1VA91bNFu-dioUCuH-atkr6rdgqa6ptSUETFE/s1600/JuhPelado.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFSXRK2za1KKZhF6nPhuGm3NyzE1zyy5Yc513x5waDEbJixpkndb06vccDYhwUBTAEiGL6tIBkW09__MgiWQixlUta659jPumNBKbvER1VA91bNFu-dioUCuH-atkr6rdgqa6ptSUETFE/s1600/JuhPelado.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Self Naked / Pelado</td></tr>
</tbody></table>
Costumo dizer que ficamos pelados em casa, no banho, no sexo, na sauna, às vezes em praias, outras em piscinas. Costumo dizer que meus amigos ficam pelados, meus parentes ficam pelados, os alunos ficam pelados, os professores também ficam pelados. Nós modelos vivos nunca ficamos pelados enquanto nos apresentamos. Ficamos nus.<br />
<br />
“Estar pelado” é uma expressão que carrega pré-conceitos e significados que não correspondem com o ato de posar nu. Depois de muito tempo mal usada, a palavra pelado se tornou pejorativa e dá um contexto menor ao despir. Estar pelado é estar passivo, é estar sem algo, é estar numa posição erroneamente cheia de julgamentos e alvo de determinações de valor (menor, errado, vergonhoso, sexual, generalizado, descuidado, miserável, necessitado). Definitivamente a Arte não é feita com pessoas peladas, quando se observa o modelo.<br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE5DIfYIYdY2SKY1Ch_1wS0Ej09JuaKgKSewTvP4l63kfoGcEZ0DYYSs7ZlOOc21Uq7g1S1VOmhXEsR2LPYM-3fr9X1oS7j3XRZDjnq9TXYjETvdqLOAkQyzhzkjvu1QpeFjBqeWqC140/s1600/Bamboo2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjE5DIfYIYdY2SKY1Ch_1wS0Ej09JuaKgKSewTvP4l63kfoGcEZ0DYYSs7ZlOOc21Uq7g1S1VOmhXEsR2LPYM-3fr9X1oS7j3XRZDjnq9TXYjETvdqLOAkQyzhzkjvu1QpeFjBqeWqC140/s1600/Bamboo2.jpg" height="320" width="202" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Danton Nunes</td></tr>
</tbody></table>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0N7newaMu-HCn7i6W9B3ZaRogWyqy4U3YRebB_w9NJMKMwlRjXGTNr8AY1Nosi-rScn3QTZJ1CDAN_Yy5HTnBofQyZ49ICakE7gd2lPN-FGisJj0xk5bDVehDow-OS39yzxUu2_lMY-0/s1600/Bamboo3.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0N7newaMu-HCn7i6W9B3ZaRogWyqy4U3YRebB_w9NJMKMwlRjXGTNr8AY1Nosi-rScn3QTZJ1CDAN_Yy5HTnBofQyZ49ICakE7gd2lPN-FGisJj0xk5bDVehDow-OS39yzxUu2_lMY-0/s1600/Bamboo3.jpg" height="320" width="213" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Danton Nunes</td></tr>
</tbody></table>
Estar nu coincide com o ofício, pois nele nos descobrimos de padrões para propormos identificações reais, novas e humanas, para propormos questionamentos e <i>ressignificações </i>de tudo o que é hermético, fechado, vestido e padronizado.<br />
Ficamos nus para que a observação recaia sobre o corpo e para que as infinitas consequências dela contaminem o espectador, sem a interferência das relações que a palavra “pelado” provoca.<br />
<br />
Estar nu, enquanto Modelos Vivos, é ser ativo e propositor de mediações e alterações. É estar sempre com algo a ser dito, a ser mostrado através do corpo. É colocar-se não em uma, mas em infinitas posições de julgamentos, porém os julgamentos que se referem aos arbitramentos, às decisões, às opiniões, às apreciações e deliberações.<br />
<br />
As determinações que acontecem, são na sua grande maioria de altíssimo valor cultural, artístico e estético, abrangentes, sempre respeitosas, plenas do erotismo e da paixão que a arte necessita, particulares e singulares, compostas por um cuidado quase obsessivo, repletas de riquezas intelectuais, visuais e cognitivas e sempre muito abastadas e recheadas de conteúdo. Para realizar a arte de ser um modelo nu observado, é necessário estar com todas as peles presentes, como disse uma amiga outro dia, <i>“mais vivas e presentes do que nunca”</i>, por isso, jamais pelados. Dúvidas? Revejam as imagens e encontrem as diferenças.<br />
<br />
E você? Como fica? Nós Modelos Vivos ficamos NUS.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh65DHRI6zBBHLZhnGA3qqKMlEhH5gg_E3-catfS0nxzy6_jI-GKo1WbE0kwT83IY2QnumQxcd9M244_K8oQjvIm3hUtluiyadt5EvVBuD3oZ78detJ4X2GoOFONde8Xdiy74-xCj6hsk/s1600/PerformanceMAM9.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgh65DHRI6zBBHLZhnGA3qqKMlEhH5gg_E3-catfS0nxzy6_jI-GKo1WbE0kwT83IY2QnumQxcd9M244_K8oQjvIm3hUtluiyadt5EvVBuD3oZ78detJ4X2GoOFONde8Xdiy74-xCj6hsk/s1600/PerformanceMAM9.jpg" height="320" width="280" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Danton Nunes</td></tr>
</tbody></table>
<div>
<br /></div>
</div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-84901267563335842662014-06-11T22:08:00.002-07:002014-06-12T08:41:58.846-07:00Ganhando Um Troco<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwAnfUlVEEDpwIe4bGVWTBdEjuBFOxlWtUI7bPP_1p7lLdhT-iHC0Pb04cTG7ckmJ7lblAW2BEFc3mzPjWcVGNotFSdGLv04-JHvdgZ5XqKs3YX8D_6u6IHCJV23cDdoYN_RLZlbQkaL0/s1600/CIMG3906.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwAnfUlVEEDpwIe4bGVWTBdEjuBFOxlWtUI7bPP_1p7lLdhT-iHC0Pb04cTG7ckmJ7lblAW2BEFc3mzPjWcVGNotFSdGLv04-JHvdgZ5XqKs3YX8D_6u6IHCJV23cDdoYN_RLZlbQkaL0/s1600/CIMG3906.JPG" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Eugenio Lorainev</td></tr>
</tbody></table>
Outro dia, enquanto posava e curtia minha “imobilidade
ilusória” (falarei sobre isso mais pra frente), meus ouvidos captaram um
comentário ao longe. <i>Uaawww</i>, adoro quando isso acontece! Risos, acho mesmo que
a ilusão da imobilidade toma conta das pessoas enquanto nos observam, pois
algumas delas realmente acham que sequer ouvimos. Bom, voltando ao comentário
que bateu latejante em meu ombro, que estava ali a observar a sala toda e
passava agora a expressar seu espanto com o que ouvia, ficou nítido o quanto
nosso corpo é influenciado pelo espaço e pelo que ocorre nele.</div>
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
Um rapaz, de aproximadamente 25 anos, dizia ao professor que
se interessava pela ideia de posar “pelado” para ganhar um troco, já que a sua
dívida na lanchonete da faculdade estava aumentando. Isso, isso mesmo, riam e
riam muito se puder, pois eu aqui agora escrevendo e relembrando o que tinha
ouvido, também estou a morrer de rir. Enfim, para piorar ainda mais a situação
da estátua surda, o professor o responde dizendo que seria primeiro preciso ele
experimentar o trabalho sem cobrar nada, em algum ateliê particular de pintura,
para depois então passar a ganhar uns trocos por ele.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
Vamos por partes: O interesse pela atividade é muito comum,
primeiramente por suscitar um ganho fácil de muito dinheiro e também por
parecer que qualquer pessoa é capaz de realizá-la, sem ter de fazer nada. Para
este tipo de pensar já respondo que não, não se ganha muito dinheiro com esta
profissão. Infelizmente ela ainda não é vista como tal, como deveria, e muito
menos valorizada por isso. Estima-se, ainda <i>arcaicamente</i>, que tirar a roupa e
se mostrar para as pessoas é algo que se
faz por que não se faz outra coisa. Sendo assim, na “falta de” paga-se o quanto
puder para aquele que “nada tem a fazer”. Este conceito, infelizmente, ainda
reina. E claro, pela mudança dele é que também trabalho.<br />
<br />
O pagamento pela
exposição do corpo é muito relativo. Se o modelo realmente só está ali para
mostrar sua pele, também acho que deva ganhar o equivalente à sua intenção, mas
se há uma proposta um pouco mais inteira, o valor que é feito, é feito sempre
com a determinante de um juízo relativo (que erroneamente depende de tempo,
quantidade e/ou dificuldade de poses, quantidade de alunos ou artistas
presentes, lugar onde se está acontecendo a sessão, entre vários outros). Tudo
numa tentativa de justificar a existência do modelo naquela situação. Há ainda
os que pensam “mas ele não está a fazer nada, então por que pagar tanto?”. Por
isso e por tantos outros motivos, ainda se ganha pouco por um trabalho desses.
E, como vemos no exemplo em que meu ombro ouviu, há pessoas que o fazem de
graça, para se iniciarem na “<i>ganhação</i>
de trocos” e, sendo assim, os clientes podem sempre se valer de iniciantes para
não terem que pagar nada, ou então escolherem modelos que o fazem por tão
pouco, pois realmente não farão nada, já que não sabem o que fazer.<br />
<br />
Digo que
erroneamente depende de alguns fatores por que não cobro por mostrar o ombro
assim ou assado, ou por mostrar o bumbum nu ou vestido, ou ainda por mostrar-me
nu em pé, sentado ou apoiado sofrendo mais, ou menos, pela exposição. Não.
Cobro é pela exposição e coparticipação de tudo o que meu corpo e eu propomos
numa <i>performance</i>, para que as pessoas
observem e aprendam/exercitem algo com isso. Fatores como tempo, local e
propósito, muitas vezes podem e devem influenciar o custo, porém não são
determinantes, já que o que deve ser considerada é a possibilidade de se
observar, tão atentamente, um ser humano que está ali completamente disponível
com tudo o que é e tem para ser observado. </div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-mcQ9R7_RYKo_uOuCYhdREzuF-80o4U47hcuel4az2nE6m6aXCrt8ZkYvJM_6lKi9WxtIJjOULodhrhu0bEDpoWZjLAWMbrMJ8vBFRNgLyxExVtYtI2mH0OWdN8QNf7k6jbFM8SulBck/s1600/CIMG3903.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-mcQ9R7_RYKo_uOuCYhdREzuF-80o4U47hcuel4az2nE6m6aXCrt8ZkYvJM_6lKi9WxtIJjOULodhrhu0bEDpoWZjLAWMbrMJ8vBFRNgLyxExVtYtI2mH0OWdN8QNf7k6jbFM8SulBck/s1600/CIMG3903.JPG" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Eugenio Lorainev</td></tr>
</tbody></table>
<br />
Vejo, nestes anos todos, inúmeras pessoas se aventurarem no
trabalho <i>peladístico</i>. Ou por quererem
ganhar o tal troco, ou por estarem sem fazer nada e não se importarem com sua <i>peladice</i>, ou pelo fetiche da nudez
própria aos <i>voyeristas</i>, ou ainda por
acharem tão exótico tal trabalho. Porém também vejo, nestes mesmos anos, estas
pessoas não passarem de suas segundas ou terceiras sessões de trabalho. E isso,
é claro, por que atenderam seu propósito em poucas tentativas, e também por que
não se sustentam como profissionais e os próprios clientes, mais dia menos dia,
percebem que não estão contribuindo muito, aí então, trocam o biotipo.<o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br />
Experimentar este trabalho, sem cobrar nada, para adquirir
alguma experiência e então depois disso passar a ganhar, é uma prática que
desvaloriza o ofício de quem o exerce com profissionalismo. Deprecia o trabalho
de quem se prepara tanto, física e intelectualmente, para exercê-lo. Perpetua o
errado conceito sobre a nudez artística. Empobrece os desenhos e resultados
artísticos advindos de sua observação. Tira oportunidades de trabalhos daqueles
que são profissionais no que fazem. Generaliza o despreparo e <i>descontinuísmo</i> destes modelos
aventureiros, prejudicando a credibilidade do próprio ofício. Bloqueiam as
possibilidades de valorização dos cachês pagos a profissionais. E aqueles que
“cobram menos”, no início de suas tentativas, desconsideram a ética e depreciam
também o trabalho realizado por profissionais. <o:p></o:p></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<br />
É necessário que, quando há o interesse por esta atividade e
que não seja superficial, a pessoa entenda que precisará ter o que expressar
com sua nudez e que ela não seja o propósito do trabalho. A nudez é o que
transporta suas intenções, seus propósitos, sua expressão, seu conteúdo. Então a
pessoa há que buscar este conteúdo, estudá-lo para propor interações, se
informar e se preparar, testando ou exercitando a prática em casa, sozinha,
diante do espelho que seja. E depois de muito preparo, encontrar alguém que
tope o desafio de observá-la. Aos aventureiros de plantão: pensem que
profissionais perdem com suas tentativas sem fundamento, que o próprio ofício e
a Arte se prejudicam. E, acreditem, desta forma não conseguirão quitar por
muito tempo suas dívidas em lanchonetes.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjTosQiqdO_BVsWag1kwiTnoQeK-F1VrF7b3W2uJxDYo1uJdJ8KpPyKz6poT9CEf5vVyOEohEQGOMTEdlyW-tFjBRDHwbUtTtpFhnGSCznxEksKxDYgJdL8w5NHPmGm4BQ31rzagwIx5s/s1600/CIMG3907.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhjTosQiqdO_BVsWag1kwiTnoQeK-F1VrF7b3W2uJxDYo1uJdJ8KpPyKz6poT9CEf5vVyOEohEQGOMTEdlyW-tFjBRDHwbUtTtpFhnGSCznxEksKxDYgJdL8w5NHPmGm4BQ31rzagwIx5s/s1600/CIMG3907.JPG" height="200" width="150" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Eugenio Lorainev</td></tr>
</tbody></table>
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO7S8PxdRkcgVmfwjD7WOzZ2JYlAFjKEmXvN97ZjrFiDCT8Bo_rYB9CLw15TGI6e_76z8n8lHB554VN6NagdGBXqWcN9wlmJ60ZVMEk-pho_36snU7NZ474uEP-UmEHYhKxtgPCmAhMF8/s1600/CIMG3914.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjO7S8PxdRkcgVmfwjD7WOzZ2JYlAFjKEmXvN97ZjrFiDCT8Bo_rYB9CLw15TGI6e_76z8n8lHB554VN6NagdGBXqWcN9wlmJ60ZVMEk-pho_36snU7NZ474uEP-UmEHYhKxtgPCmAhMF8/s1600/CIMG3914.JPG" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Eugenio Lorainev</td></tr>
</tbody></table>
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;">De
volta à pose, o ombro que a princípio compunha uma imagem de altruísmo proposta
por mim, passou a ser lido por olhos influenciados pela falta de conteúdo do
comentário infeliz do aluno. E consequentemente, o aproveitamento daquela
observação foi prejudicado. Minha pose passou a gerar interpretações da
compaixão, ao invés da solidariedade proposta no início. É por isso que é tão
importante a compreensão do que, como e para que fazemos as coisas. E
definitivamente não fazemos este trabalho para compor nosso orçamento, “ganhando
um troco” enquanto não temos outra coisa para fazer, como muitos pensam, pois
se assim é feito, assim é muito mal feito e não perdurará!</span><br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8IE8ItSCKOAWD-FG05rLKRy4iA8mWnjDrzBHf9F1tgTTCC0wwahb3FibfkV3GcUKMOT967GSibhCNWsbZtZh2xwKIbtM7iHahmBZZNxOAv0GBw6UJRDO5HcN07ap0DNtJzRv5hkEdJ0k/s1600/CIMG4004.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8IE8ItSCKOAWD-FG05rLKRy4iA8mWnjDrzBHf9F1tgTTCC0wwahb3FibfkV3GcUKMOT967GSibhCNWsbZtZh2xwKIbtM7iHahmBZZNxOAv0GBw6UJRDO5HcN07ap0DNtJzRv5hkEdJ0k/s1600/CIMG4004.JPG" height="320" width="240" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Eugenio Lorainev</td></tr>
</tbody></table>
</div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: inherit; line-height: 115%;"><br /></span></div>
</div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-87886708724511400192014-06-03T23:03:00.001-07:002014-06-04T10:11:11.318-07:00Este Corpo de Novo?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqW4PxQu42K-YYUk_VQq-7INA8LrBNz3h2HBYDSAGpOQ9p0Qbg9ttr2r_7XWdh4Gowc4z2d6h5GZxHZ5SL3x28ikaYbRwwefNi1fHTnnt6QxlqiFOHpDYLkQrled-KO6Xou5zEw-aarkw/s1600/Foto7GabrielaCruz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqW4PxQu42K-YYUk_VQq-7INA8LrBNz3h2HBYDSAGpOQ9p0Qbg9ttr2r_7XWdh4Gowc4z2d6h5GZxHZ5SL3x28ikaYbRwwefNi1fHTnnt6QxlqiFOHpDYLkQrled-KO6Xou5zEw-aarkw/s1600/Foto7GabrielaCruz.jpg" height="320" title="" width="212" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriela Cruz</td></tr>
</tbody></table>
Após quase 8 anos trabalhando como Modelo Vivo e tendo notado
inúmeras desistências do exercício da observação, além das incontáveis vezes em
que fui naturalmente trocado por outro modelo em trabalhos costumeiros, ou por
cobrarem menos pelas sessões ou por clamarem os artistas sempre por “novos
corpos” para desenharem, meus dedos coçam para escrever e publicar este texto. Sei
que é necessário e muito comum ser premissa nas escolas, ateliês e
universidades de artes a diversidade de tipos físicos, quando oferecem cursos
de desenho, fotografia, escultura e/ou pintura. Entende-se, de uma maneira superficial,
que ter uma infinidade de corpos e <i>biotipos</i>
distintos para o ensino do desenho e das artes que utilizam a figura humana, é
uma forma de ampliar o conhecimento e referências daqueles que aprendem.
Observar corpos diferentes, como por exemplo, de pessoas magras ou gordas,
atléticas ou não, baixas ou altas, loiras ou morenas, negras ou amarelas, homem
ou mulher, etc, é sem dúvida uma proposição de diversidade no ensino do desenho
(leia-se também “pintura, escultura e fotografia”). Esta multiplicidade é
realmente necessária e concordo com ela. Afinal, se a proposta é a de ensinar a
anatomia humana aos futuros artistas, a diversificação dos corpos fará com que
eles aprendam a desenhar pessoas diferentes. Porém, meu trabalho vai um pouco
além desta proposição. Quem já me desenhou ou fotografou e me acompanha, sabe
do que estou dizendo. Trabalho em direção a um novo conceito de exposição do
corpo, e é por isso que prezo pelo entendimento da palavra “modelo” e me
utilizo sempre de coisas pouco comuns e uma linguagem inovadora enquanto me
apresento. Faço isso por que entendo que, nos dias de hoje, quando a
“molecada” já não nasce sabendo as
proporções do corpo ela abre a internet para estudar em casa esta anatomia,
através de sites que mostram figuras humanas em posições 3D, e por que se
somente for este o intuito a mover professores e mestres da arte a
ensinarem/praticarem em aulas com modelo vivo, tanto a minha quanto as suas profissões
estarão fadadas a terminar. Observar a
figura humana somente pela anatomia que ela tem a ensinar é pouco. A meu ver insuficiente<span style="color: red;"> </span>demais, por que somos fontes incessantes de expressão
e isto é o que faz o exercício da observação ser tão necessário na Arte.<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DS3lzr3_274W7vV9fy1qZ_zrlaWUBzkYvHSXK1JQriZ5agdIMuHGZP3bU3l-JSvve1hfsZrbRX_bAgPBDuIrw_OuDdHbhSBKZShrQ74Qg6BfgJ1UZJA0pjKj5_526siTbu8rcoJyqzM/s1600/Foto5RamonCavalcanti.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1DS3lzr3_274W7vV9fy1qZ_zrlaWUBzkYvHSXK1JQriZ5agdIMuHGZP3bU3l-JSvve1hfsZrbRX_bAgPBDuIrw_OuDdHbhSBKZShrQ74Qg6BfgJ1UZJA0pjKj5_526siTbu8rcoJyqzM/s1600/Foto5RamonCavalcanti.jpg" height="320" width="199" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Ramon Cavalcanti</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="text-align: left;">
Estava outro dia posando numa aula e uma aluna, que me
desenha desde Janeiro deste ano no curso de Moda da universidade, me perguntou
o que tinha mudado em meu corpo, pois percebia algo diferente nele, naquele
dia. Respondi a ela que tudo era diferente, e assim vinha sendo em todas as 15
aulas anteriores em que me observava. Então chegamos à conclusão de que era o
seu olhar que tinha algo diferente: a capacidade de identificar as expressões
infinitamente diversas que meu corpo (ou qualquer corpo) é capaz de produzir.</div>
<div class="MsoNormal">
Entendo que o exercício do aprendizado da anatomia é
importante, mas a Arte não se limita a isso, por favor! Ele é apenas o primeiro
degrau de um ensinamento infinito. Por isso não me aguento, risos, quando
alguém deixa escapar <i>“– Este corpo de
novo?”, </i>em aulas ou sessões de desenho. É então quando tal comentário me
instiga a fazer tudo de forma tão diferente sempre. Mostrando a todos o quanto
somos repetidamente distintos a cada minuto que passa. Um corpo nunca se
repete, ainda que o Modelo seja o menos criativo e profissional possível. Mesmo
que o Modelo não proponha coisas e linguagens diferentes com seu corpo, ele
nunca será o mesmo. Pois o tempo, minuto a minuto, interfere em seu estado,
consequentemente em seu corpo, consequentemente na observação dele,
consequentemente no entendimento e visualização do artista, consequentemente no
resultado registrado (desenho, pintura, escultura ou fotografia). Penso então
que de mim depende evidenciar isto nos lugares em que trabalho. Mas é claro que
muitos não entendem ou não percebem a diferença. Partem logo para a constatação,
na maioria das vezes equivocada, da “matéria já aprendida com aquele corpo”, ou
então, para a troca do modelo por uma "maior diversidade". Hummm... Não há o que se repita no corpo desnudo, e está aí outro motivo da nudez neste ofício. O artista (aluno ou professor) que não é
capaz de compreender esta <i>irrepetibilidade</i>, há que se exercitar com os exercícios de autorretrato.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAV39VSZHKz9POU7PJQJG3fYGwJUCh74YV2WhQknzMy5RDf0je8MpcGuHlKfEYZmZEwVMPg6_gDFJ3zinukpuIH7QMjDWWFGQOUtZv6sgxx9-66pC2e1TfG2xXk1py74vWVwUb3rXKnpY/s1600/Foto9GabrielaCruz.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAV39VSZHKz9POU7PJQJG3fYGwJUCh74YV2WhQknzMy5RDf0je8MpcGuHlKfEYZmZEwVMPg6_gDFJ3zinukpuIH7QMjDWWFGQOUtZv6sgxx9-66pC2e1TfG2xXk1py74vWVwUb3rXKnpY/s1600/Foto9GabrielaCruz.jpg" height="320" width="212" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: left;">Foto: Gabriela Cruz</td></tr>
</tbody></table>
O ator que repete, por exemplo, a mesma cena ou texto um
milhão de vezes, se necessário, jamais o fará da mesma forma em nenhuma delas.
Pois seu corpo é a “máquina” repetidora e ainda que suas intenções sejam sempre
as mesmas, sua “máquina” não é uma máquina. É sim um sistema codificado com suas
emoções, estados, relações com o ambiente em que está, pessoas que o observam, naturalmente
influenciado por situações inesperadas e alteradoras. É um corpo vivo que
informa e transporta a informação. Por isso é <i>irrepetível</i>. Sendo assim, não há o que se ver novamente num corpo
observado. Só há o que se descobrir diferente nele.</div>
<div class="MsoNormal">
Por estudar tanto as possibilidades expressivas do corpo que
tenho, e sendo ator e estudante eterno das artes dramáticas, tento e procuro
sempre fazer com ele o que eu realmente quero. Posso não conseguir às vezes,
mas através do peso, da força, do direcionamento, da contextualização cênica,
do uso de minhas articulações e repertório cognitivo, estou sempre propondo
personagens aos olhos dos mais atentos, e posso até me fazer passar por velhos,
obesos, altos, magros, mulheres, bichos e monstros, se necessário for. Mas o
que realmente importa não são as personagens que meu corpo tentará representar,
mas a forma que usarei para representá-los. É o <i>‘como’</i> e não <i>‘o quê’</i>, e é
isto o que faz o artista crescer com a sua observação. Quando digo que trabalho
com um novo conceito de exposição do corpo, refiro-me à exposição de tudo
aquilo que se mostra visível através de um conteúdo, formado pelas experiências
e vida deste corpo, pela criatividade, coragem, desempenho e história dele. Me
utilizo muitas vezes de linguagens cênicas, de iluminação característica, de
estímulos musicais cuidadosamente criados e/ou selecionados, de textos
literários e poéticos, na maioria das vezes por mim mesmo escritos, para que a
soma de tudo isso possa proporcionar infinitas interpretações e entendimentos às
pessoas que observam, desenham ou fotografam minha Arte. Também para que a arte
delas seja, quem sabe, tão plena de amor quanto a minha e para que o resultado desta
troca possa fazer algum sentido para todos nós. Este é o propósito do trabalho
que realizo, e por isso contemporâneo, pois até então só se observavam corpos
passivos de observação e não proponentes dela. E aí? Vamos repetir?<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRNyVKbF5YgMHz2wumlz2tQqvsCLwTXWdiLH9JeV6casfksEe8NgjO5l_Y_H7KkFSuOyHNL8Mv8SpLeBkO_eb8nnPHLKvwseX5z-H-Zk_TBH_w28a3lEUlPLi3oCnme__KZnAvC6Akn5E/s1600/Metamorphosis+8+Eva+Bella+15+para+Blog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRNyVKbF5YgMHz2wumlz2tQqvsCLwTXWdiLH9JeV6casfksEe8NgjO5l_Y_H7KkFSuOyHNL8Mv8SpLeBkO_eb8nnPHLKvwseX5z-H-Zk_TBH_w28a3lEUlPLi3oCnme__KZnAvC6Akn5E/s1600/Metamorphosis+8+Eva+Bella+15+para+Blog.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: Eva Bella</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiiiwoKxePW8QpRJ1-NPUk1RXx_wTF8mmSd6m0hBPZKX8JxO2G8gcj5b0xxXxIezsjmGq4IlSNUqZ1AopLuu_HwjIlDg-xxphjgO1T0X1XCEJyA1qb9tOt0AuS2IVUiwfJhZrZtg0R3qFs/s1600/Metamorphosis+8+Eva+Bella+15.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7stMhOwmw0GlgXiS7-TTNJfPNOg4rFyCYwTTJZDDEWFOb-PcxllJdebV_4Z6qmEruQIsaZZHrnY4jkz2OjHvGyvrn9k_QZGAGhJLFNobaReaNHF8jde6VQkPZtUd4wYPY827GXZE4ypM/s1600/Foto14GustavoAlonso.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><br /></a></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-19203112097491649672014-05-26T23:12:00.002-07:002014-07-08T06:30:49.548-07:00POR QUE VIVO?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4JEvcCqoZDZBAIVm81FTXQPzIQ5qqyVN-KWZt5z6-WNlO-BU-UdFEVYc8gGJSk1OTP2HjdXuii7napFPCRbI669VFeN-1zxMjEg6RhheDMrv13fpJ56kH1hseCfhUOpTq3pLf2PUi5hI/s1600/pordanipetrucci-10.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4JEvcCqoZDZBAIVm81FTXQPzIQ5qqyVN-KWZt5z6-WNlO-BU-UdFEVYc8gGJSk1OTP2HjdXuii7napFPCRbI669VFeN-1zxMjEg6RhheDMrv13fpJ56kH1hseCfhUOpTq3pLf2PUi5hI/s1600/pordanipetrucci-10.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
A importância do aprendizado da observação através do desenho com Modelo Vivo é fundamentalmente histórica e observada ao longo do ensino das Artes. A figura humana é representada de alguma forma desde a Pré-História. Há registros de sua representação em cavernas, como<i> “A Dama e o Corne”</i> encontrado em <i>Laussel</i>, na França, feita no período Paleolítico-Superior, ou ainda a estatueta<i> “Venus de Willendorf”</i>, do mesmo período encontrada na Áustria; e ainda que o homem não tenha se prestado ao papel de “objeto de observação” naquele tempo, seu corpo foi reproduzido para o registro histórico.<br />
<br />
A pintura e a escultura foram as principais solicitadoras da exposição dos corpos das pessoas. É certo que esculturas e desenhos datados da Antiguidade Egípcia tenham sido feitos à partir da observação dos corpos representados, dada a proporção e refinamento detalhado das obras.
Mas é no Renascimento que a atuação dos modelos da figura humana, representados pelos artistas em suas obras, torna-se tão evidente e necessária permanecendo viva até os dias atuais a sua excelência.<br />
Quando se observa o corpo de um modelo e suas expressões para representá-los nos desenhos, pinturas, esculturas e fotografias, a relação indivíduo-coletivo se torna plena de questionamentos relacionados ao autoconhecimento e culminam na compreensão e respeito da individualidade humana. Além, é claro, do conhecimento da anatomia humana com suas devidas proporções, das relações do corpo com o espaço em que vive e com os objetos para ele criados, do aprendizado das expressões que este corpo pode conter e produzir e o quanto elas interferem e determinam o material visual trabalhado.<br />
<br />
Os resultados desta observação influenciam diretamente as obras, proporcionando o aprendizado mais complexo e necessário para a Arte que se pretende realizar. Observar o outro para representá-lo num desenho é tornar-se um ser humano melhor, mais compreensivo das diferenças e particularidades humanas, reconhecendo no outro as habilidades e limitações próprias, aprendendo com o outro os sentimentos expressados através do corpo observado. Observar a figura humana com propósito artístico é colocar-se à disposição do crescimento intelectual e humano, é propiciar-se ver no outro aquilo que não se permite descobrir em si mesmo. E esta prática se realizada com frequência e planejada com pessoas que pensam o corpo artisticamente, transforma e enriquece o homem e o ensino artístico.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVHzlNO94bLdgM7ERYKG262BRsT0ZLrWQa-2VGRwfWkRIE255Sbm-JO8DSU2QTrNtXwTWINwITD0DKaa4lch6z_lA-rpPesVeHlIsH42MMEWPoeULWsM_gw8h-ZidzrlCkMAMh-kyWBsI/s1600/pordanipetrucci-8.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVHzlNO94bLdgM7ERYKG262BRsT0ZLrWQa-2VGRwfWkRIE255Sbm-JO8DSU2QTrNtXwTWINwITD0DKaa4lch6z_lA-rpPesVeHlIsH42MMEWPoeULWsM_gw8h-ZidzrlCkMAMh-kyWBsI/s1600/pordanipetrucci-8.jpg" height="320" width="213" /></a></div>
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<i><br /></i>
<i>“Olhei no outro as buscas que deixei,
Olhei no outro as falas que calei,
Olhei no outro os mimos que guardei,
Olhei no outro poemas que rasguei,
Olhei no outro beijos que não dei,
Olhei no outro rumos que voltei,
Olhei no outro tudo aquilo que perdi e não recuperei,
Olhei no outro paixões que recusei,
Olhei no outro medos que não enfrentei,
Olhei no outro desejos que neguei,
Olhei no outro portões que fechei,
Mas também olhei no outro o espelho em que me vi.” (J.Hollivier)</i><br />
<span style="font-size: x-small;"><br /></span>
<span style="font-size: x-small;">(Foto: Daniela Petrucci)</span>Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-2114030191162673832.post-26651716054337699892014-05-19T17:07:00.000-07:002017-07-08T20:11:38.587-07:00Ser um Modelo Vivo<div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<i><span style="font-size: x-small;">(texto escrito em 03 de Agosto de 2010 - Algum tempo já se passou e muita coisa mudou com a experiência. Em breve anotarei as mudanças e as postarei aqui. Enquanto isso, abro o Blog com ele para iniciar e compartilhar minhas reflexões sobre este trabalho tão especial.)</span></i><br />
<br />
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Autoconhecimento.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Para quê? Será mesmo tão necessário?<o:p></o:p></span></div>
<div class="separator" style="clear: both;">
</div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Conhecer tão bem a si mesmo pode levá-lo a um mundo de
perguntas respondidas, e isso acaba sendo chato. Você se prepara racionalmente
para as coisas da vida e penso que talvez isso possa tirar a vivência real e
intensa dos momentos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
</div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6xr7bBs0pGmA9B8KWIPqv0Z8TiQ9KMPCYtP9ur_joqTq18f6YYoEfy6SBknmcWc4yq8DwPcrDNRrHAs257VjJRTsKUvwkWBefDuZw8nOizlfkNAgxtCVjjLOhKxqS0RV82_F21ssFeult/s1600/SerUmModeloVivoFotoParaBlog.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6xr7bBs0pGmA9B8KWIPqv0Z8TiQ9KMPCYtP9ur_joqTq18f6YYoEfy6SBknmcWc4yq8DwPcrDNRrHAs257VjJRTsKUvwkWBefDuZw8nOizlfkNAgxtCVjjLOhKxqS0RV82_F21ssFeult/s320/SerUmModeloVivoFotoParaBlog.jpg" /></span></a><span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Quando
em horas e mais horas imóvel na mesma posição sou "objeto" de estudo.
Analisado minuciosamente centímetro por centímetro, dos pés à cabeça. Uma
análise feita pelo artista do meu corpo no espaço e de minhas interferências
neste espaço. Sendo assim, o que penso, o que sinto, como vejo e como me
expresso em determinada pose, reflete no que o artista capta e registra em seu trabalho.
Permanecer imóvel e nu diante de pessoas é sem dúvida um exercício de autoconhecimento. </span></span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Momentos longos onde me vejo fora de mim. Como se saísse do
próprio corpo, sentasse a alguns metros de distância e pusesse a me observar.
Começo vendo os pés, onde estão, como estão, se estão limpos ou se não me
esqueci de cortar as unhas, se estão contraídos ou relaxados. Vejo os vasos
dilatados, veias saltadas que saem nas laterais, olho para eles e penso que são
a base de tudo. Isso me faz refletir se estou "plantado" por inteiro
no chão e se não estou, no mesmo momento, digo a mim mesmo: <i>" - Trate de se apoiar direito na
próxima pose Juliano"</i>. O que aconteceria se a pose fosse outra, onde
os pés estivessem no ar? É óbvio que a raiz seria outra, mas o sentimento e o
pensamento e fisiologia do corpo seriam os mesmos.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Alí sentado me olhando vejo os olhos. Para onde olham, o que
veem, se estão brilhando, se estão cansados ou foscos. Se piscam muito tento
contar quantas vezes piscam até ouvir que a pose acabou. Observo o quanto
consigo manter o olhar vivo no ponto escolhido e vejo o quanto esse olhar diz
tudo: como penso, como sinto, o que quero e para onde vou na próxima pose. Num
instante penso se os artistas percebem isso; sim ou não isso não me incomoda
nem interfere nos meus pensamentos e poses. Se vejo meus olhos foscos,
interiorizados, automaticamente começo a pensar no "por que" estou
assim, e isso me faz viajar num processo de interiorização, em perguntas que
normalmente não seriam respondidas mas alí, tendo o tempo como aliado, consigo
respondê-las a quase todas. Mas é claro que não se deve pensar que tenho tudo
resolvido em mim, ou que não sofro com as dúvidas naturais de alguém com 32
anos. Quem dera! Se vejo meus olhos brilhando, expressando felicidade,
transmito através de todo meu corpo a energia e a vibração de uma felicidade
que contagia, tenho certeza, a todos. A felicidade também é facilmente "<i>desenhável</i>".<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Da observação dos olhos abro o plano para o corpo todo. Vejo
se a estética dele condiz com o que pretendo expressar na pose. Se a posição
dos braços, mãos, tronco, cabeça estão na mesma vibração do que propus quando
"caí" naquela posição. Os segundos que separam as poses são
suficientes para a proposição da próxima pose. Não faço, geralmente, um roteiro
e mesmo que o fizesse o "aqui-agora" é que determina o trabalho e a
execução dele. Portanto, lido quase que totalmente com o improviso do momento,
com a ação-reação do movimento, com a resposta do corpo às proposições da
mente. Interessante o termo que ouvi quando comecei a fazer este trabalho e que
passei a usá-lo: o "cair na pose". Você literalmente cai nela, pois
no momento em que o corpo em segundos materializa a intenção que foi
primeiramente sentida, depois pensada racionalmente e então tudo isso refletido
num movimento que se congela durante alguns minutos, existe um coeficiente de
idealização versus realização que tem que ser considerado. È difícil calculá-lo
com precisão e uma vez que você "cai" errado na pose, ou seja, quando
se erra neste cálculo, você terá de suportar a dor durante o tempo
pré-estabelecido. E como é difícil e sofrido esse erro. Nele você aprende a
lidar com o insuportável, com seus limites de resistência física, resistência
psicológica e de resistência à dor. Beiramos muitas vezes ao masoquismo por que
para lidar com a dor um grande aliado é o prazer. Então é pelo prazer, mórbido
às vezes, que conseguimos suportar a dor de uma pose "mal caída". E
isso vicia, acreditem. Então na contramão deste masoquismo todo é preciso
também um exercício mental para não nos tornarmos masoquistas de carteirinha.
Uma pose errada é sempre um degrau para o autoconhecimento. Você sente, pensa,
calcula, cai na pose, vê que errou, começa a contagem regressiva para a dor e
para o sofrimento, vive esta dor por minutos (que variam de 2 a 40 minutos
muitas vezes), se questiona onde é que errou, lida com a frustação de não poder
corrigir este erro e ainda com a tensão que na maioria das vezes não deve transparecer
ao artista. Particularmente tento usar tudo isso a meu favor, mesmo a sensação
do desespero da dor, que reflete em meu olhar, acabo utilizando-a como
proposição. Acaba sendo uma proposição consequente de expressão, mas é sempre
muito interessante ver os resultados nos desenhos. Às vezes uma pose que era
para ser simples, serena, expressar tranquilidade e repouso se transforma numa
verdadeira expressão do horror, o que para bons artistas torna-se um prato
cheio!<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Todos sempre perguntam no que penso enquanto estou ali
imóvel e nu. Bom, difícil responder com precisão, mas penso em tudo o que todos
pensam e principalmente não pensam no dia-a-dia. Além das coisas pertinentes às
proposições das poses, penso em Deus, se minha fé Nele e em mim mesmo aumentou
ou diminuiu, na casa que deixei desarrumada, na louça que terei de lavar, nos
problemas que preciso resolver, lembro-me de coisas que me esqueci de fazer,
penso na família, nas ligações que não tive tempo de realizar, nas contas que
tenho que pagar, nos sonhos que foram realizados e nos novos sonhos que procuro
fomentar, nas paixões que se transformaram em amizades ou no amor que sempre
procuro, penso na roupa que quero comprar, no filme que quero ver, decoro meus
textos de teatro mentalmente, escrevo mentalmente minhas poesias, visualizo
espetáculos completos que ainda quero fazer, monto peças e personagens todos em
pensamento, penso em sexo, em posições não só boas para o desenho mas é claro,
também boas para uma boa transa, penso inúmeras vezes no que sou hoje e comparo
com o que queria ser quando criança, lembro que no dia seguinte terei de ir ao
médico, ou que no outro dia poderei realizar meu sonho de fazer cinema, penso
nas brigas que já tive com amores passados, no ciúme que aprendi a controlar ou
no "vai tomar no cú" que tinha de ter dito e não disse ou no
"puta-que-o-pariu" que direi mais tarde, penso também no quanto sou
feliz sendo quem sou, na gratidão que sinto pelos pais e irmãos que tenho,
penso também de repente no quanto um artista ou outro é lindo, e no quanto um
artista ou outro é bom, jamais penso fazer amor com nenhum deles, pelo menos no
exercício do trabalho, penso na árvore que ficaria linda num bonsai, nunca
penso em ereção, e se por acaso este pensamento começa a querer aparecer lembro
de minha avó no banheiro fazendo cocô ou do dia em que vomitei na cara de um
amigo sem querer. Enfim, são infinitos pensamentos no exercício desta
profissão!<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Já o exercício do autoconhecimento requer observação e
concentração, e o trabalho do modelo vivo necessita do silêncio, ou pelo menos
de um ambiente propício à meditação. Quaisquer ruídos e conversas paralelas
dificultam a boa realização do trabalho, consequentemente num bom resultado do
exercício de conhecer a si próprio. Essa concentração se inicia desde o momento
precedente ao trabalho, com alongamentos e exercícios de uma respiração
tranquila e vai até o final da sessão, normalmente de duas horas. E no meu
caso, pode ser auxiliada com música, que normalmente proponho em meus
trabalhos. E é nos concentrando que começamos a entender melhor quem somos e
por quê e para quê estamos aqui. A concentração é ferramenta necessária para a
Arte e exercitá-la me ajuda muito na vida profissional e particular. Para o
ator a concentração é primordial e depois que comecei a trabalhar como modelo
vivo, há quatro anos, senti que melhorei como ator. Me sinto mais maduro em
cena, mais inteiro nas personagens, mais calmo e verdadeiro. E na vida e na
arte também me vejo mais centrado. Claro que tudo isso é muito bom e
maravilhoso, mas a evolução é uma escada sem fim e quanto mais a alimentamos
mais precisamos evoluir e é sempre um movimento de mão única, ou seja, o
conhecimento é primo. Uma vez que você sabe realmente sobre algo não há como
deixar de saber; pode-se esquecer sim, mas o registro já está em seu cérebro,
na memória de sua pele, de seu corpo e para resgatá-la basta acessá-la. Isso
também é maravilhoso, mas o que quero levantar aqui é o fato de que todo este autoconhecimento
muitas vezes te faz não optar viver coisas por já saber no que vão dar. E aí é
que mora o erro. Porque cada momento, cada situação vivida, são diferentes um
do outro. Acredito que não devemos nunca generalizar os resultados do que
aprendemos. Como o "cair nas poses" que narrei atrás. Portanto, neste
caso o autoconhecimento não é sempre necessário para que possamos nos permitir
viver. Acho que até o autoconhecimento precisa ser equilibrado e esse
equilíbrio talvez se dê com a idade, à medida que envelhecemos.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="line-height: 115%;"><span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Ser um modelo vivo não é apenas despir-se e se
colocar imóvel numa posição, antes de tudo é permitir-se envelhecer de forma
equilibrada, expondo não apenas seu sexo e seu corpo, belo, atlético, perfeito
ou feio, obeso e imperfeito, mas também expondo seus erros, suas buscas, seu
interno belo e terrível, suas incertezas e certezas, seu lado mais obscuro e
velado pela moral. Assim, por isso, nunca ficamos "pelados", mas sim
ficamos nus, sem as roupas e vestimentas da sociedade, da moral, dos exemplos
copiados, das referências tomadas como próprias, porém nunca questionadas. Estar nu diante de muitos é estar propício a
uma evolução sempre infinita, baseada na coragem necessária para se viver a vida.</span></span></div>
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<b><span style="color: #45818e; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Juliano Hollivier - São Paulo</span></b></div>
Juliano Hollivierhttp://www.blogger.com/profile/18298819545685103412noreply@blogger.com2